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Lançamento da EdUERJ em 2015 |
Como correspondente do jornal O Estado de São Paulo,
Euclides da Cunha acompanhou e pesquisou, com propriedade, a guerra de Canudos, assunto que viria a ser tema de sua principal obra. Os sertões, publicado em
1902, trata desse episódio marcante da história brasileira, ocorrido no
interior da Bahia. Considerada uma das principais narrativas em língua
portuguesa, transita entre a ficção e o relato histórico, tendo influenciado nomes ao redor do
mundo. Um livro que desbrava o cenário sertanejo, marcado por desigualdades sociais, configurando-se uma incursão literária pródiga em detalhes regionais e aspectos antropológicos. Guiada por uma construção espetacular em língua portuguesa, a obra já seria suficiente para que o autor escrevesse o seu nome no panteão dos gigantes da literatura brasileira.
Contudo, quis o destino que Euclides também se tornasse um
personagem, um mito. Um homem que morreu assassinado ao vingar-se do amante da
esposa. Como em uma tragédia grega, seu filho também foi abatido ao tentar
vingar, anos mais tarde, a morte do pai.
Grande parte dessa obra parte da experiência obtida no
projeto de extensão “100 anos sem Euclides”, unindo, desde 2008, a UFRJ, a UERJ
e o Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência.
Na segunda-parte, os capítulos abordam aspectos diversos da
obra de Euclides, como sua poesia, seu estilo literário, o engajamento social, e
sugere também pontos em comum entre os textos de Euclides e obras atuais. Há
mesmo um capítulo que tece paralelos entre “O sertões” e “Cidade de Deus”, o
livro de Paulo Lins.
Por fim, a terceira parte, “Crônicas históricas da memória
cantagalense”, é dedicada ao local que marcou a infância do escritor.
A soma desses ensaios interessará a educadores, professores
e também estudantes de letras, apontando pistas para seja compreendida a
importância de sua contribuição para a cultura brasileira.
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