sexta-feira, 26 de junho de 2015

Entrevista com Darcilia Simões

O livro  "A Redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática", lançado em 2002, já está na sua sexta edição. Conversamos com a professora Darcilia Simões, que organizou o livro em parceria com Claudio Cezar Henriques.

Confira, abaixo, a entrevista. 


Como surgiu a proposta de fazer um livro, sobretudo para os estudantes do ensino superior?

Professora: O projeto do livro teve origem num evento acadêmico do qual participei, e meu grupo apresentou uma comunicação sobre a produção de monografias. A proposta teve grande repercussão. Tomei, a seguir, a decisão de organizar uma coletânea a partir das comunicações apresentadas, para o que convidei os parceiros, e produzimos a primeira versão em livro, intitulada A produção de monografias, obra que teve duas edições pela Dialogarts em 1998 e 1999. Em 2002, a EdUERJ assumiu o projeto, que ganhou novo título: A Redação de trabalhos acadêmicos. Teoria e prática, cuja organização passou então a ser dividida com o Claudio Cezar Henriques.

 Qual foi o maior obstáculo na hora de escrever os ensaios e organizar o livro? 

Professora: Segundo a resposta anterior, é possível inferir-se que não houve dificuldades maiores na organização do volume, pois partimos de textos preexistentes e acrescentamos itens que não tinham sido ainda trabalhados, com vista a oferecer mais subsídios aos leitores. Ademais, os autores são pesquisadores do tema produção textual, portanto, escrever sobre isso não lhes traz maiores dificuldades.

Hoje o livro é dos grandes sucessos da Editora da Uerj e está na sexta edição. A que você credita essa boa receptividade por parte do público? 

Professora: Realmente ficamos muito satisfeitos com o sucesso da obra, que já teve uma revisão e acréscimos em 2010, para atender solicitações de leitores.
O crédito desse sucesso sem dúvida é a forma objetiva com que são desenvolvidos os capítulos. Ainda que ciosos do uso culto da língua portuguesa, em virtude da meta da obra, que é orientar a produção de textos acadêmicos, os autores apresentam suas ideias de forma clara e concisa, sem excessos estruturais ou nomenclaturais.

Falando um pouco de sala de aula, você considera que as recentes reformas ortográficas trouxeram muitas dificuldades para os alunos na hora de elaborar seus trabalhos? E como você acha que os professores lidam com os erros cometidos quando o aluno incorre na “forma antiga” da gramática? 

Professora: Primeiramente devo esclarecer que a reforma ortográfica (a despeito de sua imagem de simplificadora) trouxe mais dificuldades para o redator, em especial no caso do hífen. Se a reforma de 1971, que aboliu os acentos diferenciais de timbre fechado, não foi ainda assimilada pelos usuários, uma nova reforma sobreposta indiscutivelmente é um complicador. Quanto à atitude de correção ortográfica, independentemente de qualquer reforma, acreditamos que a melhor maneira é desenvolver o hábito da consulta aos vocabulários ortográficos e dicionários. Como a norma ortográfica não tem uma regularidade visível para o falante comum, a assimilação das formas implica memorização. Logo, a correção de erros ortográficos deve ser realizada pelo próprio redator, a partir de pesquisa, para que incorpore na memória a forma correta.

Muito se discute sobre o preconceito linguístico, que muitas vezes oculta
algum de preconceito social. Você acha que uma faculdade deveria ser mais flexível com
a norma culta no momento em que recebe os trabalhos dos alunos?


Professora: A flexibilidade linguística em atendimento à variação não deve ser pautada por
preconceitos ou discriminações, senão pela adequação entre o gênero textual e a
variedade linguística. É de conhecimento geral que um bilhete ou um memorando, por
exemplo, resultam de formas verbais bem distintas. Assim sendo, a prática da escrita
acadêmica não pode se perder do gênero predominante — o texto técnico-científico, que
necessita de um modelo de expressão acessível a qualquer leitor, independentemente
de sua origem geográfica, social ou profissional. Portanto, o texto acadêmico deve ser
elaborado mediante a norma culta da língua, sem qualquer consequência valorativa ou
discriminatória em relação às demais variedades linguísticas. Da mesma forma que não
é apropriado ir à praia em traje de gala, participar de uma solenidade usando pijamas é
de fato inadequado e até constrangedor, tanto para quem o veste quanto para quem
recebe esse convidado extravagante.
O aluno do curso superior deve assimilar a existência da variação, saber identificar as
variedades e empregá-las adequadamente nas interlocuções. Todavia, é indispensável
que aprenda a usar com propriedade da variedade culta da língua.

Por que a monografia acaba sendo o maior temor dos alunos na
universidade? A senhora acha que tal etapa do processo de conclusão é realmente
amedrontadora ou é apenas um mito?


Professora: Embora o aluno se prepare para ser avaliado no exame de ingresso ao terceiro grau por
meio de uma redação, o treinamento recebido não lhe propicia efetivo domínio da
língua. Salvo raras exceções, a maioria dos candidatos, que consegue aprovação, produz
textos pífios que, mediante a política de inclusão em vigor, é avaliado com certa
frouxidão, sem exigência do efetivo domínio da norma culta. Durante a graduação
também são poucas e raras as oportunidades de efetivo treinamento textual. Por
conseguinte, no momento em que o estudante se vê diante da exigência da produção
monográfica, instala-se o pânico, e as soluções buscadas são as mais arriscadas
chegando ao plágio facilitado pelo CTRL-C/ CTRL-V.
O aluno do terceiro grau deveria ter autonomia de expressão verbal, mas não é esse o
padrão de aluno que chega à universidade. Logo, a monografia se mostra assustadora.

É comum ouvir dizer que o modelo de escola do século passado (década de
60, por exemplo) fazia com que os alunos conseguissem ler e compreender textos
clássicos da literatura. Já hoje alguns destes clássicos seriam complexos até mesmo
para alunos da pós graduação. Gostaríamos de saber sua opinião sobre isso.


Professora: Infelizmente há muita verdade nessa afirmação. Com todos os defeitos didático-pedagógicos já apontados pelos especialistas, a escola do Século XX promovia o feliz encontro do estudante com o texto literário. Feliz porque a partir desse convívio o aluno podia ampliar seu domínio verbal, desenvolvendo suas habilidades na estruturação textual e expandindo seu repertório, além de obter informações socioculturais que expandiam seu universo de conhecimentos.
Em especial no que tange à expansão vocabular, verifica-se que a geração que foi beneficiada com a escola do século passado, em geral, tem um conhecimento enciclopédico bastante amplo, que se manifesta no vocabulário ativado em suas interlocuções orais e escritas. Mas isso foi alterado com a mudança na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A partir da Lei 5692/71 (assinada pelo Ministro Jarbas Passarinho), o ensino ganhou um perfil profissionalizante, e as disciplinas de formação geral, especialmente as línguas, perderam em carga horária e em conteúdo programático.
A educação é uma ação política e, sob o escopo da democratização do ensino, promove-se o ingresso das classes populares na escola pública. Pena que, como sempre, o projeto não foi bem orientado. Em vez de tais alunos ganharem a oportunidade de se apropriar do conhecimento até então pertencente a uma elite, o que se fez foi reduzir o quadro de conteúdos de modo a não “afrontar” ou “espantar” os novos alunos. A conclusão mais imediata é o reducionismo do papel instrucional da escola. A meta de “fixar o homem na terra de origem”, evitando assim o êxodo social, resultou em uma escola que não preparou os sujeitos para a cultura nem para o trabalho.
No que tange à língua materna, o desastre foi mais sério. Antes, o aluno era orientado a adquirir a norma culta, especialmente a partir do convívio com o texto literário. A partir da Reforma Passarinho, entram em classe os textos curtos, sincréticos (verbal e não verbal combinados), e o texto literário canônico foi aos poucos sendo deixado para trás. Assim sendo, o desastre foi a cassação da oportunidade de que as classes proletárias ampliassem seu universo linguístico-enciclopédico e se protegessem da necessidade de programas de inclusão, que nivelam pelo mínimo os conteúdos escolares. Essa ampliação de cabedal e consequente proteção político-intelectual decorreriam da prática intensiva da leitura, em particular dos textos literários, que têm a potencialidade de, no mínimo, provocar a reflexão. No caso da língua, a falácia do combate ao preconceito linguístico impede o estudante de apropriar-se da língua em sua multiplicidade, confinando-o em interlocuções, leituras e produções restritas à variedade que ele já dominava antes de chegar à escola.

Por fim, professora, conte mais sobre os seus próximos projetos!

Professora: Desde 2002, venho dedicando minhas pesquisas ao estudo do léxico no português. Estou concluindo a produção de um glossário dos contos consagrados de Eça de Queirós, como conclusão do meu projeto PROCIÊNCIA: Iconicidade em Eça de Queirós: leitura para o domínio da língua (FASE II)
A condição de líder do Grupo de Pesquisa (Base CNPq) Semiótica, leitura e produção de textos, o SELEPROT, tem-me propiciado reunir estudiosos e organizar algumas coletâneas sobre o ensino da língua e a produção textual acadêmica, das quais destaco:
Darcilia Simões e Claudio Artur O. Rei (Orgs.) Aulas de Português. O léxico em foco. Rio de Janeiro: Dialogarts. 2015. Darcilia Simões; Paulo Osório e Cecília Mollica (Orgs.). Contribuição à Linguística no Brasil: um projeto de vida. Miscelânea em homenagem a Claudia Roncarati. Rio de Janeiro: Dialogarts. 2015. Darcilia Simões e Paulo Osório (Orgs.). Léxico: Investigação e Ensino. Rio de Janeiro: Dialogarts. 2014 Darcilia M. P. Simões e Flavio García (Orgs.). A Pesquisa Científica como Linguagem e Práxis. Rio de Janeiro: Dialogarts. 2014
Pretendemos lançar ainda em 2015, uma nova coletânea intitulada O signo, o texto e o discurso: reflexões para as aulas de língua portuguesa, em parceria com Ana Lúcia Poltronieri (IFF/SELEPROT).
Como coordenadora do GT de Ensino-aprendizagem na perspectiva da LA — EAPLA (ANPOLL), estou produzindo, em parceria de organização com Francisco José Quaresma de Figueiredo (UGF), o volume Contribuições da LA para o professor de línguas, que deverá integrar a coleção de obras em Linguística Aplicada da Editora Pontes, onde já temos um volume lançado em 2014, a saber:
Darcilia M. P. Simões e Francisco José Quaresma de Figueiredo. Metodologia em/de linguística aplicada para ensino e aprendizagem de línguas. São Paulo: Pontes, 2014.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Livro traz representações do corpo nas artes e na literatura

O corpo é tema que pode sugerir prazer, mas também causar apreensão. Sua presença instiga cuidados relativos à saúde, à estética e às formas de inserção social. Contudo, não só o corpo físico nos atinge, mas também aquele que é fruto de um imaginário coletivo ou de nossa subjetividade.

De grande relevância na sociedade, as representações corporais na cultura contemporânea são objeto de estudo em Corpos diversos: imagens do corpo nas artes, na literatura e no arquivo, organizado por Ana Chiara, Marcelo Santos e Eliane Vasconcellos,lançamento da Editora da UERJ.

A publicação da EdUERJ reúne artigos apresentados durante o evento homônimo organizado em parceria interinstitucional entre a UERJ e a Fundação Casa de Rui Barbosa. O livro traz reflexões de pesquisadores das disciplinas de letras e filosofia, assim como contribuições de artistas e escritores das áreas de literatura, artes visuais e artes cênicas.

A capa reproduz uma ilustração criada pelo artista plástico paulistano Artur de Vargas Giorgi, imagem que integra também o ensaio assinado por Ana Chiara. A professora observa as materializações do corpo em determinadas séries de arte contemporânea, nos quais podem surgir um corpo-gambiarra, feito de materiais reaproveitados, ou o corpo-ausência, composto por vazios. Essas obras, muitas vezes de cunho biográfico, fogem de uma estética realista clássica.

Os ensaios abordam as criações de vários autores. Só para citar alguns: Ana Bernstein reflete sobre a fotografia de Francesca Woodman;  Raúl Antelo visita o clássico de Cervantes, Dom Quixote, e também Cardênio, peça de autoria possível de Shakespeare; Gregório de Matos é tema de Ana Lúcia M. de Oliveira. Marcelo Santos tece uma reflexão sobre os arquivos do escritor Graça Aranha e Daniele Ribeiro parte da antropologia das emoções para fazer uma analogia entre a trajetória da escritora Carolina Maria de Jesus com Estamira, inspiração de documentário de mesmo nome. Ambas as mulheres têm similaridades em suas trajetórias, embora com recortes temporais distintos e diferentes desfechos.

Rico em reproduções de gravuras e fotografias, Corpos diversos traz também um depoimento do artista plástico Hugo Denizart, para quem a arte “jamais se propõe a ser um apaziguamento”.
Com a proposta de debater a formação de um imaginário do corpo nas construções da cultura e das artes, os ensaios transitam por aspectos culturais, políticos e sociais, oferecendo ao leitor uma visão sobre novas formas e impasses aos quais o corpo humano vem sendo submetido na sociedade atual.

Autores: Ana Chiara, Marcelo Santos, Raúl Antelo, Hilan Bensusan, Marcia Tiburi, Ana Lúcia M. de OIiveira, Ana Bernstein, André Masseno, Ângela Maria Dias, Marília Rothier Cardoso, Rodrigo JorgeLeonardo Davino de Oliveira, Marcus Alexandre Motta, Evando Nascimento, Daniele Ribeiro Fortuna, Geraldo Motta.


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ciranda da Poesia: Haroldo de Campos por Marcos Siscar

O novo título da Ciranda da Poesia tem o mérito de analisar a fase menos conhecida de Haroldo de Campos, que se desenvolve após o esgotamento do movimento concretista. Coube ao poeta, tradutor e professor da Unicamp, Marcos Siscar, olhar essa produção poética, a qual Haroldo chamou de “pós-utópica”, e que se delineia em livros como A educação dos cinco sentidos, A máquina do mundo repensada e Entremilêmios.

Após protagonizar o concretismo, junto a nomes como Décio Pignatari e Augusto dos Anjos, Haroldo de Campos buscou reafirmar as características específicas de sua obra, nem sempre nítidas em um movimento coletivo. Marcos Siscar analisou essa fase em que as criações destacavam o verso livre, a elaboração sintática, a preciosidade vocabular e as referências recorrentes a imagens como a constelação ou a viagem.  A peculiaridade dessa poesia é que não apresenta os rigores do Concretismo, diminuindo a utilização de recursos gráfico-visuais, restritos agora a efeitos pontuais. Em contrapartida, ficam mais sugestivos os interesses temáticos, as referências e as ambições do poeta.


Para Siscar, trata-se de criações tão relevantes para a poesia contemporânea quanto foi a experiência concretista de Haroldo para a época das vanguardas. O leitor poderá conferir as poesias dessa fase na seção antologia. Este é um dos trunfos de Haroldo de Campos por Marcos Siscar: uma vez que a obra do renomado poeta, até Galáxias, já é bem conhecida do público brasileiro, a coleção de poemas apresentada nesta Ciranda serve para ilustrar a fase pós-utópica do artista, incrementando o conhecimento daqueles que buscam estudar a poesia contemporânea brasileira.


Haroldo de Campos: além do concretismo

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A construção social da pedofilia - uma etnografia da CPI da Pedofilia

Baseado em uma etnografia da CPI da Pedofilia, realizada no Senado Federal, e em investigações pela Polícia Federal, no combate à pornografia infantil, o livro “O Monstro Contemporâneo: a construção social da pedofilia em múltiplos planos”, de Laura Lowenkron, convida o leitor a uma imersão na construção histórica das categorias ‘pedofilia’ e ‘pornografia infantil’, além de revelar como os termos acabam por ser confundidos nos discursos públicos. 

Essa contribuição aos estudos sobre Estado, sexualidade e infância destaca-se pelas estratégias de pesquisa que foram utilizadas para abordar a construção da pedofilia como problema social e como caso de polícia, demostrando um hábil trabalho etnográfico realizado pela autora.  A investigação analisa as diferentes forças e estratégias acionadas para particularizar a violência sexual contra crianças, no plano nacional e internacional.

A publicação integra a Coleção Sexualidade, gênero e sociedade, do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (Clam), cuja finalidade principal é produzir, organizar e difundir conhecimentos sobre a sexualidade na perspectiva dos direitos humanos, contribuindo para a diminuição das desigualdades de gênero e para o fortalecimento da luta contra a discriminação das minorias sexuais na região. Para tal, o Clam articula parcerias e coordena atividades regionais no Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia.

Por Carmem Prata
Jornalista, pesquisa tecnologias de comunicação e cultura
@carmem_prata


O Monstro Contemporâneo: a construção social da pedofilia em múltiplos planos
Laura Lowenkron
R$ 58,00
456p. 
ISBN: 978-85-7511-371-4





segunda-feira, 8 de junho de 2015

Entrevista com Stella Taquette

Estamos na Época! Graças à jornalista Cristiane Segatto, que entrevistou a professora Stella Taquette, autora de “Homossexualidade e adolescência sob a ótica da saúde".

A professora falou sobre questões ligadas à homofobia, bullying e sobre a dificuldade de adaptação a uma sociedade predominantemente heterossexual. E até comentou o despreparo dos profissionais de saúde para lidar com os jovens homossexuais.

Diz ela, em um trecho:
“Quando um adolescente ou uma adolescente se percebe atraído sexualmente por alguém do mesmo sexo, se acha estranho, inadequado. Afinal, vivemos numa sociedade em que o “normal” é ser heterossexual. Todas as outras formas de ser sexual são rejeitadas.”


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Paula Glenadel ou a poesia de hoje

Como escreve Paula Glenadel? Qual é o seu lugar no panorama poético ou na contemporaneidade literária, as referências contidas em sua obra, as figuras preferidas e o tom de sua voz? Estas são questões trazidas por Inês Oseki, no lançamento de mais um volume da Coleção Ciranda da Poesia.

Paula Glenadel dissemina sua poesia sob formas variadas, em múltiplos registros: poemas, ensaios, palestras, traduções e, recentemente, o teatro. Raros são os poemas que ultrapassam 20 ou 30 versos.  A ausência de figuras de retórica é compensada pelo manejo preciso da sintaxe. 

Não se pode falar de um “sistema” preestabelecido, que consistiria em fazer coincidir formas e figuras, mas antes de uma música interna que tem base na organização sintática dos elementos, com construções gramaticais evidentemente rítmicas.

Essa compreensão da natureza íntima da obra de Paula Glenadel é de autoria de Inês Oseki, quem assina o 25volume da Coleção Ciranda da Poesia e cujo trabalho é reconhecido pelas várias revistas literárias nas quais colaborou com traduções, textos e ensaios sobre literatura ou tradução. 

Lançada em 2010, a coleção tem como objetivo impulsionar a leitura qualificada da poesia contemporânea brasileira e estrangeira, divulgar análises e contribuir com a tradução e divulgação de poetas ainda inéditos ou pouco conhecidos no país. Concebida pelo poeta e professor de literatura, Italo Moriconi, atual editor executivo da Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Eduerj),  a coleção tem como conselho editorial os professores Viviana Bosi, Marcos Siscar, Diana Klinger e Masé Lemos.


Por Carmem Prata
Jornalista, pesquisa tecnologias de comunicação e cultura
@carmem_prata

Paula Glenadel por Inês Oseki
R$ 25,00
116 p.
ISBN: 978-85-7511-351-6