O interessante da área da história é que nunca deixará de ser escrita. Então os eventos se sucedem e, pouco a pouco, vamos nos enxergando como personagens...
Para os estudiosos da área, o desafio é saber escolher livros de qualidade. Neste aspecto, a EdUERJ vem emplacando títulos interessantes, como os dois que saíram no final de 2014 e que dialogam sobre a
trajetória de um país de origem colonial como o Brasil.
Aliás, vale ressaltar que são livros que saíram em destaque em revistas do gênero como a História Viva.
Dimensões e fronteiras do Estado brasileiro nos oitocentos,
organizado por José Murilo de Carvalho e Lucia Maria Bastos P. Carvalho, é uma contribuição que possibilitará novos estudos sobre a
construção do Estado brasileiro no século XIX.
Em seus ensaios, os autores procuram configurar teias de relações entre
o Estado em construção e as tensões sociais a partir de três fenômenos
centrais: nação, cidadania e Estado. Os capítulos versam sobre temas como a
escravidão, a cultura letrada e as instituições jurídicas, contribuindo para
maior conhecimento da história oitocentista do país.
A Óptica do Estado: visualidade no poder na Argentina e no
Brasil, de Jens Andermann, com tradução de Guilherme Puccini, tem o mérito de
traçar um estudo comparativo entre as duas nações. O autor, professor da
Universidade de Zurique, observa mostras de museus, álbuns fotográficos e mapas
geográficos provenientes de ambos países, e analisa o que estes registros nos
contam sobre a história de suas sociedades. Em sua pesquisa, Andermann vai além
do conteúdo de mapas e fotos, procurando o valor subjetivo daquilo que estes
documentos invocam. Neste aspecto, trata-se de um livro sobre a cultural visual
latino-americana que mescla análise cultural, pesquisa histórica e compreensão
política.