Uma
obra que se revela polifônica, Carl Einstein e a arte da África, organizada
pela uruguaia Elena O’Neill e pelo brasileiro Roberto Conduru, reúne os
escritos de Einstein sobre a arte africana e os justapõem a textos de autores
da América do Sul, da Europa e da África para publicação inédita no Brasil –
desafiando, assim, o etnocentrismo ainda hegemônico e contribuindo com a
reversão de estruturas e práticas determinadas pelo empreendimento colonial.

Do
reconhecimento do estatuto artístico dos objetos africanos, por críticos de
arte e artistas ocidentais de grande nome, nasceu a necessidade de
transformá-los em estudos da arte. Daí, a importância da abordagem metodológica
capaz de dar conta dessa nova demanda. Carl
Einstein foi um dos primeiros estudiosos ocidentais a defender o estatuto
liberal da arte africana, ou seja, a teoria da “arte por arte”.
A
segunda parte do livro é constituída de textos que abordam o autor e a sua
obra, fazendo uma releitura de seus escritos. A contribuição de Roberto Conduru
destaca a natureza parcial da obra do crítico alemão e a boa recepção às suas
análises no Brasil, país que recebeu uma parte da população em foco. A de Elena
O’Neill identifica armadilhas na formulação de conceitos utilizados por
Einstein utilizados em diferentes contextos.
Enriquecido
também por textos de Liliane Meffre, José Gomes Pinto, Ezio Bassani, Jean-Louis
Paudratt e uma introdução primorosa de Kabengele Munanga, Carl Einstein e a arte da África
é uma edição comemorativa que
marca a vontade de recuperar os discursos sobre a essa produção artística e
afirmar a africanidade no Brasil.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
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