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Carl Sauer : pioneiro |
É impossível pensar em assuntos amplos como
religião, literatura, política e cinema sem delimitarmos um cenário onde a ação
se passa. Por exemplo, ao falarmos de religião, o contexto será totalmente
diferente se abordarmos a Índia ou o Brasil. Assim como o cinema americano
também é distinto daquele que é feito na Argentina. O ser humano e suas
manifestações culturais não podem ser interpretados fora do contexto da
sociedade ou do ambiente onde foram criados.
Esta observação sobre a relação dos grupos
sociais e seu respectivos habitats é o lado mais instigante da geografia, e o
foco de Geografia Cultural – uma
antologia volume ll, organizado pelos professores Zeny Rosendahl e Roberto
Lobato Corrêa, lançamento da EdUERJ.
Os artigos foram selecionados
principalmente da Coleção Geografia Cultural, também editada pela EdUERJ, que
tem mais de 20 títulos publicados, alguns fora de catálogo. A antologia enfoca as duas linhas principais da geografia cultural: a baseada em
Carl Ortwin Sauer, marcada pelo lançamento de “A morfologia da paisagem” em
1925, e a nova geografia cultural,
vertente que ganhou força nos anos 1980.
Para ilustrar, o ponto de vista saueriano enfoca a cultura como um
conceito amplo incluindo até aspectos mais plurais como a moral e as leis
vigentes. Já pelo olhar interpretativo da nova
geografia cultural, a cultura é a representação de nichos culturais, que
surgem nem sempre com rígidas delimitações espaciais. As duas visões às vezes divergem, mas também
podem ser complementares. Neste volume predomina a linha da nova geografia cultural.
A antologia divide-se em cinco partes:
O urbano e a cultura; Formas simbólicas e espaço; Espaço e religião; Festas e
espaço; Identidade e território; e Cinema e literatura.
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O urbano, quase sempre associado ao progresso |
Mesmo quem não é da área de geografia pode ler, tem relação com comunicação, história, antropologia, etc. É o homem modificando o meio e o meio
modificando o homem. Uma questão não tão simples, mas que rende artigos bem
oportunos, como o texto de Roberto Lobato sobre shopping center e suas construções como
artifícios para estimular o consumo.
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