Um resultado de teste de DNA pode afetar profundamente a
vida de uma pessoa. No caso de comprovação de paternidade, pode levar uma
família a repensar verdades que antes pareciam incontestáveis. Pode surgir
tanto como uma prova cabal de infidelidade quanto como um elemento para que os
filhos reelaborem os sentimentos em relação aos novos (ou antigos) pais. Por essa possibilidade de trazer à tona uma verdade escondida, o teste de DNA pode ser temido ou
desejado. O resultado pode ser o estopim que irá garantir uma pensão ao filho reconhecido, mas pode também simbolizar um elemento no qual o homem e a mulher devem pensar antes de
uma relação íntima sem métodos contraceptivos.
A dúvida sobre a paternidade do filho que afligiu o protagonista de Dom Casmurro não existiria hoje. O personagem machadiano resolveria o problema com um teste de DNA.
A dúvida sobre a paternidade do filho que afligiu o protagonista de Dom Casmurro não existiria hoje. O personagem machadiano resolveria o problema com um teste de DNA.
Trata-se de um exame que mudou os livros, as novelas, a ficção. E interferiu
até nas políticas públicas: em dezembro de 2001, o Congresso Brasileiro aprovou
uma emenda à lei nº 10317, incluindo os serviços de DNA na justiça gratuita
garantida pelo Estado. O resultado é uma revolução comportamental que merecia um
estudo adequado como o proposto por “Parentesco, tecnologia e lei na era do
DNA” (EdUERJ), de Claudia Fonseca.
Claudia Fonseca e sua equipe acompanharam mais de 100 casos
de investigação de paternidade em diferentes instâncias do sistema judiciário
do Rio Grande do Sul. O livro é uma abordagem antropológica sobre um tema que mexe com a sociedade brasileira.
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