segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sobre o impacto do teste de paternidade com DNA

Um resultado de teste de DNA pode afetar profundamente a vida de uma pessoa. No caso de comprovação de paternidade, pode levar uma família a repensar verdades que antes pareciam incontestáveis. Pode surgir tanto como uma prova cabal de infidelidade quanto como um elemento para que os filhos reelaborem os sentimentos em relação aos novos (ou antigos) pais. Por essa possibilidade de trazer à tona uma verdade escondida, o teste de DNA pode ser temido ou desejado. O resultado pode ser o estopim que irá garantir uma pensão ao filho reconhecido, mas pode também simbolizar um elemento no qual o homem e a mulher devem pensar antes de uma relação íntima sem métodos contraceptivos.

A dúvida sobre a paternidade do filho que afligiu o protagonista de Dom Casmurro não existiria hoje. O personagem machadiano resolveria o problema com um teste de DNA.


Trata-se de um exame que mudou os livros, as novelas, a ficção. E interferiu até nas políticas públicas: em dezembro de 2001, o Congresso Brasileiro aprovou uma emenda à lei nº 10317, incluindo os serviços de DNA na justiça gratuita garantida pelo Estado. O resultado é  uma revolução comportamental que merecia um estudo adequado como o proposto por  “Parentesco, tecnologia e lei na era do DNA” (EdUERJ), de Claudia Fonseca. 

Claudia Fonseca e sua equipe acompanharam mais de 100 casos de investigação de paternidade em diferentes instâncias do sistema judiciário do Rio Grande do Sul. O livro é uma abordagem antropológica sobre um tema que mexe com a sociedade brasileira. 

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