quarta-feira, 2 de abril de 2014

Entrevista: Professora Rosana Glat

A Editora da Uerj acaba de lançar “Estratégias educacionais diferenciadas para alunos com necessidades especiais”, com organização de Rosana Glat e Márcia Denise Pletsch. Professora e Diretora da Faculdade de Educação da Uerj, Rosana Glat conversou com o nosso blog sobre este lançamento.

Gostaria que falasse para o leitor do Blog sobre o livro “Estratégias diferenciadas ...”. Quais são os temas abordados?

Este livro é o resultado de uma série de pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós-graduação da Uerj, o Proped. Os artigos abordam estratégias diferenciadas para a aprendizagem e a inclusão de pessoas com deficiências e outras necessidades especiais.
Alguns assuntos do livro:  Plano educacional individualizado (PEI), ensino colaborativo, comunicação alternativa...Não discutimos somente sobre a escola, também sobre a inserção no mercado de trabalho, habilidades sociais e formação de professores, etc.
Como surgiu a ideia de publicar o livro?

Esta publicação é uma das ações do Projeto Formação inicial e continuada de professores comprometidos com a inclusão educacional do aluno com deficiência: do ensino fundamental à universidade”, agraciado pelo Programa de Apoio à Educação Especial da CAPES (PROESP/CAPES), sob coordenação geral da Profª. Drª Leila Regina d´Oliveira de Paula Nunes, uma das autoras do livro. É um projeto de quatro anos, que, além de publicações, promove seminários, e também financia bolsas de mestrado e doutorado. Na hora de publicar, a EdUERJ tornou-se uma opção por ser a editora da casa. Vale ressaltar que todos os autores são professores, alunos ou ex-alunos da pós-graduação ou bolsistas de iniciação científica da Uerj.

 Falando sobre o tema, qual seria a principal dificuldade na implementação de estratégias educacionais inclusivas?

A primeira dificuldade é a de adquirir a compreensão de que alunos com necessidades educacionais especiais precisam destas estratégias, não podendo acompanhar as aulas de qualquer jeito. Precisam de uma atenção diferenciada. Estas estratégias significam técnicas de ensino e aprendizagem, adaptação dos recursos disponíveis e do próprio currículo, assim como uma capacitação de professores. O nosso livro enfatiza muito o suporte da educação especial, sobretudo o trabalho colaborativo com os professores da turma comum. É preciso trabalhar junto o profissional de suporte, por exemplo, mediador ou professor da sala de recursos e o professor regente. Este não pode deixar de ser professor do aluno, ou seja, não pode simplesmente entregar o trabalho para o especialista ou mediador.
Também é preciso frisar que a inclusão em uma classe comum nem sempre é a melhor opção para todos os alunos. A tendência à generalização é complicada. Alguns alunos podem se desenvolver melhor em ambientes mais estruturados, como por exemplo, em classes especiais – desde que essas, de fato, promovam sua aprendizagem e futura inclusão.

Nesse aspecto, você acha que precisamos evoluir muito em relação aos países mais desenvolvidos?

A evolução não é em termos de legislação, que é muito boa, mas na implementação das políticas.
Nos EUA existe um plano de longo e médio prazo para cada estudante, o Plano de Educação Individualizada (PEI). Este plano é elaborado por uma equipe da escola que inclui os pais, dependendo da faixa etária, o próprio aluno, e outros profissionais que o atendem, por exemplo, psicólogo, fonoaudiólogo, etc. O PEI é feito todos anos, analisando o que é mais importante para o aluno, adaptando currículo de acordo com sua realidade. O PEI é útil não só em casos de deficiência, mas por exemplo, também com alunos com altas habilidades.

Imagino que seja mais fácil para um aluno portador de necessidades especiais ser educado em uma escola onde o ensino seja ministrado com mais zelo.  E nem sempre um ensino de qualidade é acessível. Está correto pensar assim?

Não necessariamente.  Hoje o município do Rio possui algumas escolas que são melhores para matricular uma pessoa com deficiência do que escolas particulares.

Para terminar, professora, a quem você recomenda o livro “Estratégias educacionais diferenciadas para alunos com necessidades especiais”?

O livro é voltado para pesquisadores e estudantes de graduação e pós graduação, em pedagogia, psicologia, e outras licenciaturas. Mas é indicado não só para aqueles que circulam na academia, mas para professores e demais profissionais da saúde e educação.

O Blog da Editora da Uerj agradece a sua entrevista!


2 comentários:

  1. Sou aluna do Cederj, Pôlo Itaguaí, e gostaria de saber como adquirir este e outros títulos da autora.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Juliana, agradecemos o interesse. Perdão pela demora em responder. Para adquirir os nossos livros, você deve entrar em contato com o setor responsável. Para isso, você deve enviar o nome dos livros que deseja para o email eduerj.comercial@gmail.com, que eles passarão todas as informações necessárias para efetuar a compra. Espero ter ajudado!

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.