
Carl Einstein foi escritor, pesquisador e historiador, assim
como tradutor, editor e ativista político na Europa durantes as primeiras
décadas do século XX. O seu pioneirismo nos estudos da arte pode ser conferido
no lançamento da EdUERJ, que traz os textos produzidos pelo pesquisador sobre
esculturas e objetos africanos e os contrapõem a ensaios de outros estudiosos.
Na primeira parte, o livro, organizado pela uruguaia Elena
O’Neill e pelo brasileiro Roberto Conduru, apresenta uma coletânea de textos de
Carl Einstein que exerceram um papel fundamental na inauguração dos estudos
sobre a arte da África como fato estético. Nesse sentido, o que se percebe, no
material publicado em livros e revistas na Alemanha e na França entre 1915 e
1930, é o esforço empreendido para livrar a arte africana da categoria
preconceituosa de “primitiva” e de incluí-la na história universal da arte com
os atributos que lhe foram negados pela ideologia colonialista veiculada pelo
discurso da missão civilizadora.
A segunda parte do livro é constituída de textos que abordam
o autor e a sua obra, fazendo uma releitura de seus escritos. O artigo de
Roberto Conduru destaca a natureza parcial da obra do crítico alemão e a boa
recepção às suas análises no Brasil, país que recebeu uma parte da população em
foco. O artigo de Elena O’Neill identifica armadilhas na formulação de
conceitos utilizados por Einstein utilizados em diferentes contextos. A
publicação é enriquecida por contribuições de Liliane Meffre, José Gomes Pinto,
Ezio Bassani, Jean-Louis Paudratt e introdução de Kabengele Munanga.
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