
Estudos sobre interação apresenta sete ensaios, com autores clássicos, como Herbert Blumer, Georg Simmel, Everett C. Hughes e Erving Goffman. A eles, somam-se teóricos contemporâneos, como Arlie Russell Hochschild e Jack Katz. Finalizando, um ensaio de Anthony Giddens sobre a obra de Goffman.
São artigos como "A sociedade como interação simbólica", de Herbert Blumer, que tem um papel-chave dentro da antologia, pois permite que se percebam, sob uma ótica mais lúcida, o papel e a proposta do interacionismo dentro do campo da sociologia.
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Blumer dedicou-se ao interacionismo |
Outro aspecto vital ao interacionismo destacado por Blumer é que o ser humano está sempre enviando mensagens e diretrizes para si mesmo, exercendo uma "autoindicação". E, ainda que isolada, uma pessoa pode interagir com outra. Nesse caso, um exemplo seria o de alguém se embelezando para um encontro. "As pessoas não agem em relação à cultura, à estrutura social, ou coisas semelhantes, elas agem em relação a situações", frisa Blumer. "O individuo observa as coisas, avalia-as, dá-lhes significado e decide agir com base nesse significado", explica no ensaio.
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Simmel: pioneiro da sociologia |
Em Estudos sobre interação: textos escolhidos, encontra-se uma sociologia interacionista que oferece argumentos para debater tópicos como as dinâmicas de formação de grupos, os estudos das emoções e as tessituras que formam as dimensões subjetiva ou privada da vida individual. O resultado conduz o leitor a uma empreitada pela cercania da sociologia. Assim, a obra torna-se indicada, sobretudo, aos interessados em compreender os fenômenos sociais.
Maria Cláudia Coelho trouxe para nossos alunos -- e para leitores especializados ou não, de A a Z -- um livro que faltava, desses que se tornam referência obrigatória. Nos meus cursos sobre métodos, sempre fazia falta uma coletânea como essa, já que o Interacionismo tem sobre si certa marca negativa entre sociólogos, particularmente os de minha geração. Um livro dessa qualidade ajuda a espantar fantasmas. A EdUERJ está de parabéns. Valeu, Italo Moriconi.
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