Este é o registro fotográfico do lançamento de "Economia: obstáculo epistemológico - Estudo das raízes políticas e religiosas do imaginário liberal", de Valter Duarte Ferreira Filho.O lançamento ocorreu na terça-feira, 15 de dezembro, na Mini Book Store, livraria que funciona dentro do Museu da República, no Catete. Esse evento fechou 2015. Mas em 2016 tem mais...!
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Homenageada pela Flip, Ana Cristina Cesar é tema de livro da EdUERJ
A escolha da poeta Ana Cristina Cesar como homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty de 2016 coincindiu com um dos mais interessantes lançamentos do segundo semestre deste ano. Então acredito que vale a pena falar mais um pouco de "Sereia de papel, acrescentando ao que já havia sido postado anteriormente aqui no Blog . xxxxxxxxxxxxxx
Homenageada
pela Flip de 2016, a poeta Ana Cristina Cesar deixou uma produção
poética que, não só merece a atenção dos amantes do gênero,
como coloca-se como generosa fonte para estudos literários.
Compartilhar reflexões sobre a obra da autora e manter a chama do
debate acerca de sua obra é o grande mérito de “Sereia de papel –
visões de Ana Cristina Cesar”, organizado por Viviana Bosi, Álvaro Faleiros e
Roberto Zular, lançamento da Editora da Uerj.
O
livro diferencia-se de outros por oferecer uma visão multifacetada
de Ana Cristina Cesar. A publicação da EdUERJ, evidencia mais do
que a qualidade da obra de uma poeta, oferece também um olhar
analítico sobre as investidas de Ana Cristina Cesar como crítica
literária, ensaísta ou tradutora.
A
compreensão da proposta poética de Ana C. também é uma maneira de
saber mais sobre os caminhos da poesia contemporânea que se formaram
a partir daquele cenário brasileiro em ebulição dos anos 80. Para
isto, colaboram os ensaios assinados por Viviana Bosi, Annita Costa
Malufe, Roberto Zular, Maurício Salles Vasconcelos, Andréa Catrópa,
Michel Riaudel e Álvaro Faleiros, e a introdução assinada por
Italo Moriconi.
Não
é raro que pessoas decidam estudar os poemas de Ana Cristina Cesar
com intuito de compreender a pessoa cuja sensibilidade e os conflitos
encurtaram a própria vida. A leitura de “A sereia de papel”, no
entanto, mantém a discussão em um tom adequado: afasta-se de
mitificações, detendo-se com sobriedade nos emaranhados propostos
por sua arte. A seriedade dos ensaios valoriza, sobretudo, os
contornos do legado da poeta, incentivando novos estudos e
interpretações.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
EdUERJ lança "Economia: obstáculo epistemológico".
Debater as raízes e conceitos que formam a economia como
disciplina. Esta é a proposta de ”Economia: obstáculo epistemológico – Estudo das
raízes políticas e religiosas do imaginário liberal”, de Valter Duarte Ferreira
Filho. A Editora da Uerj convida para o lançamento no dia 15 de dezembro, às
18h, na Livraria Mini Book Store, no Museu da República (Rua do Catete 153).
Detendo-se mais especificamente na Economia, e de posse da
categoria bachelardiana de obstáculo epistemológico, o autor demonstra que as
raízes políticas e religiosas da Economia são, na verdade um inconsciente
científico sempre presente nos estudos dessa disciplina.
Defendendo uma perspectiva ousada e original, a publicação
sugere um novo olhar sobre o estatuto da Economia, a qual, deixando de lado a preocupação
com a neutralidade, que sempre foi a bandeira de todo saber cientifico, deve incorporar
em seus estudos os componentes políticos e religiosos que, como partes do
inconsciente cientifico dessa disciplina, foram raízes determinantes na sua
constituição
Nos capítulos, fluem de forma espontânea as articulações
entre saberes filosóficos, médicos, da física, matemática, história, sociologia
e religião. A leitura propicia uma experiência e interdisciplinaridade visando a
uma compreensão holística do mundo, o que dessacraliza o lugar apoteótico em
que o saber universitário coloca hoje as especializações do conhecimento.
* Texto baseado em trechos extraídos da contracapa escrita pela professora Marly Bulcão (parágrafos 2 e 3 acima) e no prefácio escrito pela professora
Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros (parágrafo 4).
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Um olhar multidisciplinar sobre a obra de Machado de Assis
A Editora da UERJ lança na quinta-feira, dia 10 de dezembro,
na Casa de Leitura Dirce Côrtes Riedel, “Múltiplo Machado – I Colóquio Casa
Dirce”, livro organizado por João Cezar de Castro Rocha. Além da abordagem multidisciplinar
que é conferida a Machado de Assis, outro motivo de interesse pela publicação
está no time de renomados especialistas que assinam os textos.
Os capítulos analisam aspectos singulares do autor de Dom
Casmurro, sob a égide de uma imprescindível contextualização de regras e história
de gêneros literários diversos, como o romance, a poesia e a crônica. Com isso,
propõe-se a compreender determinadas características machadianas dentro de um
contexto mais amplo e, por definição, comparativo, instigando o debate.
Os ensaios tratam da relação de Machado de Assis com o
romance (por Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos), a imprensa (por Renato
Casimiro), a correspondência (por Sergio Paulo Rouanet), a crítica (por José
Luís Jobim), a poesia (por Cláudio Murilo Leal), a crônica (por Marcus Vinicius
Nogueira Soares) e o ideário da língua portuguesa (por Evanildo Bechara).
"Múltiplo Machado" é fruto do colóquio de mesmo nome realizado
na Casa de Leitura Dirce Côrtes Riedel entre os dias 27 e 30 de abril desse
ano, por ocasião do centenário de nascimento da ilustre professora a quem a casa
é dedicada. O evento esteve em sintonia com a forma como a professora Dirce Côrtes
abordou o legado de Machado de Assis nos anos oitenta e noventa na Uerj: a
partir de uma perspectiva multidisciplinar, promovendo a interação de vários
saberes.
O lançamento de “Múltiplo Machado – I Colóquio Casa Dirce” está
marcado para quinta-feira, 10 de dezembro, às 18h30, na Casa de Leitura Dirce Côrtes
Riedel (na Rua das Palmeiras, 82, em Botafogo).
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
EdUERJ lança Estudos de Psicologia Social

A primeira parte do livro faz uma análise histórica sobre a
psicologia social, assim como procura entender sua relação com outras áreas.
Por fim, almeja à compreensão dos atuais
rumos da disciplina.
Na seção dedicada ao comportamento social, o autor faz uma defesa
do behaviorismo radical de B.F. Skinner, por meio de um confronto com o
cognitivismo de Chomsky e com a posição de Foucault acerca do poder. Em relação à polêmica que ronda Skinner, argumenta que
os membros atuais da comunidade universitária de psicologia parecem “não
conhecer bem, ou interpretar de forma algo simplista, os princípios básicos do
behaviorismo radical e seus importantes desdobramentos e implicações
psicossociais”.
Nos capítulos dedicados à área das representações sociais, é
instigante o debate proposto pelo ensaio “Socialização do conhecimento científico:
mídia e representações sociais”. O texto pode estimular questionamentos sobre
quais as características da cobertura jornalística que se faz a respeito da
ciência, assim como qual o motivo de os cientistas participarem tão pouco dessa
divulgação. Vale citar que foram catalogados, na pesquisa, 11 jornais diários e
13 revistas. Embora trata-se de uma análise efetuada na década de 90, é
pertinente conferir que, afora o fato de diversos veículos jornalísticos
estarem extintos, ainda é predominante hoje em dia o interesse por fatos
científicos cuja característica seja a aplicabilidade no cotidiano. Vale
ressaltar que este capítulo, assim como outros, baseia-se em pesquisa e não
intenta produzir algum tipo de juízo de valor que vá além da análise dos resultados
obtidos.
No âmbito da memória social, o livro traz tópicos como a
diferença nas maneiras como os brasileiros e os portugueses percebem o advento
do descobrimento do Brasil. Outro capítulo se dedica ao lugar na memória que
ocupam Getúlio Vargas e o Palácio do Catete. A memória do período militar também
merece um artigo à parte.
Trata-se de uma obra da área da psicologia, mas que também evoca
aspectos da sociologia e da história do Brasil. O resultado demonstra um
pesquisador em sintonia com o seu tempo.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
A conquista da consciência negra é de todos nós
O Dia
Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, faz referência à morte
de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os
estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil.
A conquista da Consciência
Negra é de todos nós. Do catálogo da
EdUERJ, destaca-se uma seleção de publicações pertinentes à história e à
cultura da África no Brasil, para homenagear a data.
“Carl Einstein e a Arte da África”, lançamento da EdUERJ, organizado por Elena
O'Neill e Roberto Conduru, apresenta
a obra do historiador e colecionador de
arte Carl Einstein (1885-1940) e seus escritos acerca de esculturas e objetos
africanos, que ajudaram a inaugurar o campo de estudos sobre a arte da África.
A difusão do pensamento desse teórico e crítico, além da contribuição de
autores (numa segunda parte), desafia o
etnocentrismo ainda hegemônico, revertendo práticas determinadas pelo
empreendimento colonial.
O
livro “Pérolas negras – primeiros fios:
experiências artísticas e culturais nos fluxos entre África e
Brasil” reúne 42 textos sobre variadas
ideias e realizações da arte, da história da arte e da cultura, vinculadas às questões
de africanidade e afrobrasilidade. A pesquisa adota, como diretriz
plástico-conceitual para seus desdobramentos, o fio de contas – que acompanha a
vida espiritual do fiel de sua iniciação às suas cerimônias fúnebres.
As marcas da escravidão: o negro e o discurso oitocentista no Brasil e
nos Estados Unidos, de Heloisa
Toller Gomes, publicado em 2009, busca recompor a imagem (e a autoimagem) do
negro no Brasil e nos Estados Unidos oitocentistas a partir de significativas
mostras de discursos religiosos, políticos e literários. Heloisa Toller
pesquisa a literatura oitocentista à procura de vestígios que ajudem a
caracterizar o discurso que se construiu sobre o negro. Apoiada pelas teorias
de Michel Foucault (análise das formações discursivas) e Jacques Derrida
(literatura na intertextualidade), analisa conceitos ideológicos que
perpassaram séculos e marcaram profundamente o nosso presente.
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Entrevista com os organizadores de "Palavra cantada: estudos transdisciplinares"
Cláudia Neiva de Matos, Fernanda Teixeira de Medeiros e Leonardo Davino de Oliveira falam sobre a experiência de organizar o livro Palavra cantada: estudos transdisciplanares, cujo lançamento acontecerá em 18 de novembro, às 18h30min, na Casa de Leitura Dirce Côrtes Riedel.
Palavra cantada: estudos transdisciplinares é o terceiro volume a reunir trabalhos apresentados nos Encontros da Palavra Cantada. Conte-nos um pouco sobre esse evento.

Conforme vemos na apresentação do livro, a expressão “palavra cantada” pode ser entendida como qualquer manifestação comunicativa ou artística em que a poesia encontre a música e a performance vocal. Como surgiu a ideia de se promover um estudo transdisciplinar desse tema?
A noção de palavra cantada abrange desde cantos rituais das culturas ágrafas até a canção popular contemporânea em seus inúmeros formatos, passando pelo canto erudito, por eventos poéticos e dramatúrgicos que operam diversos níveis de entoatividade vocal etc. Em todas as suas modalidades, as artes da palavra cantada reúnem numa linguagem única as energias, discursos e sentidos da música, da poesia e da voz. O objetivo central dos Encontros sempre foi promover a reflexão sobre os fatos de palavra cantada a partir de abordagens que permitissem apreender aspectos da interação entre as linguagens verbal, musical e vocoperformática. Por outro lado, podem-se observar esses fatos, com os sujeitos e eventos a eles ligados, em seus contextos sociais, culturais, históricos, econômicos, tecnológicos. A complexidade da articulação entre todos esses aspectos e dimensões somente pode ser enfrentada por abordagens que reúnam instrumentos e saberes ligados a diferentes áreas disciplinares, tais como Musicologia e Etnomusicologia, Literatura, Semiótica, Antropologia, Estudos da voz e da performance, História, Comunicação e muitos outros.
Para promover a integração entre as perspectivas de diferentes disciplinas e evitar as compartimentações redutoras e às vezes preconceituosas entre níveis de cultura, o projeto do Encontro de Estudos de Palavra Cantada estabeleceu como seu objetivo geral: “Promover a oportunidade e as condições para uma ampla reflexão sobre o universo estético e cultural relacionado à palavra cantada, a partir de uma abordagem multidisciplinar que permita apreender a interação entre suas dimensões verbal, musical e vocal, bem como o circuito cultural onde se articulam seus processos de produção e recepção”. Com isso, tentamos fazer avançar as parcerias e a troca produtiva de ideias e instrumentos de análise, multiplicando as interfaces entre áreas de conhecimento que desenvolvem separadamente suas reflexões, empenhando-se na integração de seus respectivos dispositivos teóricos e metodológicos. Essa integração possibilita e estimula a aproximação e articulação entre temas e objetos de estudo, ajudando a reconhecer e iluminar os trânsitos e interlocuções entre repertórios, poéticas e práticas comunicativas de diferentes procedências e campos sócio-culturais.
Quais os efeitos da crescente organização e disponibilização de acervos de música popular no estudo da palavra cantada? Qual a relevância da canção popular para a constituição e a compreensão da cultura brasileira?
Antes das tecnologias digitais, os grandes acervos de música popular (discos, partituras, documentos) eram obra de colecionadores empenhados, alguns deles profissionais do ramo (como Almirante), outros pesquisadores (como Jairo Severiano), outros simplesmente aficcionados. A maioria deles disponibilizou seu acervo para estudiosos, jornalistas, acadêmicos. Hoje em dia vários desses acervos são geridos por instituições como o Instituto Moreira Salles e o Museu da Imagem e do Som. Por outro lado, com os computadores e a Internet, expandiu-se enormemente o acesso a arquivos sonoros e documentos de toda a história da música popular brasileira. Isso certamente facilita e estimula os estudos sobre a canção popular, analisada sob perspectivas estéticas e semióticas ou considerada como elemento funcional e significativo no quadro sócio-cultural, histórico e políticodo Brasil. Há muito tempo que se reconhece a relevância e mesmo centralidade da música popular na expressão e difusão da cultura brasileira. Justifica-se assim que, desde os anos 80, se venha assistindo, em vários campos disciplinares, a uma notável expansão dos estudos acadêmicos sobre a canção popular.
Os ensaios reunidos em Palavra cantada: estudos transdisciplinares passeiam por diversos gêneros musicais. Da canção ameríndia à trova francesa, passando pelo samba, pela bossa nova, pelo cordel, pela MPB e pelo rap, entre outros. O que o leitor pode esperar encontrar entre esses trabalhos? Fale-nos um pouco sobre eles.
Os autores aqui reunidos abordam, sob variada angulação, objetos bastante heterogêneos. Entretanto, é possível verificar em seus trabalhos alguns aspectos marcantes e reiterados, que apontam tendências significativas dos atuais estudos sobre fatos de palavra cantada. Nota-se, por exemplo, um interesse crescente pelas questões relativas à voz e à performance, como fatores determinantes na conformação e na historicidade das obras. Na canção popular, a interpretação vocal, junto a outros elementos performáticos, chega a desempenhar uma função autoral, podendo constituir uma marca étnica e influir na evolução dos gêneros cantados (Sandroni, Matos, Ulhôa). Também se multiplicam, em diversas áreas acadêmicas, os trabalhos que relacionam história e canção, fazendo desta um objeto privilegiado para a investigação dos processos sociais (Garcia, Sovik, Napolitano, Travassos, Diniz). Por outro lado, a expansão da Etnomusicologia nos meios acadêmicos, com o aperfeiçoamento e incremento dos modos de registro e abordagem, aprofunda o conhecimento sobre os cantos indígenas (Seeger, Tugny) e afrobrasileiros (Travassos, Lucas, Sandroni). Finalmente, apuram-se os instrumentos de análise que, observando a interação das estruturas melódicas e linguísticas, logram uma melhor compreensão dos efeitos estéticos e semânticos da palavra cantada, tanto em suas vertentes eruditas (Moretzsohn) como populares (Tatit, Treece). Neste âmbito, destacam-se também os estudos sobre as relações entre canção e poesia escrita (Wisnik, Treece) ou oral (Sautchuk), fornecendo subsídios para a elaboração teórica das questões relativas à análise de canções a partir da ótica literária e vice-versa (Hirschi, Davino).
Entrevista concedida à Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Mais vendidos da EdUERJ na XI Feira do Livro das Editoras Universitárias
Senhoras e senhores, meninos e meninas,
É com imensa satisfação que a EdUERJ lhes dá boas-vindas a mais uma cerimônia virtual de premiação de livros mais vendidos – desta vez, da XI Feira do Livro das Editoras Universitárias.
Com troféu de ouro...
Carl Einstein e a arte da África.
Lançamento da EdUERJ, o volume, organizado pela uruguaia Elena O'Neill e pelo brasileiro Roberto Conduru, reúne os escritos de Carl Einstein, inéditos no país, que inauguraram a abordagem estética dos estudos da arte africana, acompanhados das imagens que ilustraram os textos originalmente. Além disso, apresenta releituras do autor e de sua obra por parte de autores da América do Sul, da Europa e da África, desafiando estruturas e práticas determinadas pelo empreendimento colonial.
Com troféu de prata...
Atlas da política externa brasileira.
Fruto de um projeto do Laboratório de Análise Política Mundial (Labmundo – Iesp/Uerj), que promove intercâmbio científico entre Brasil e França, reunindo parceiros de distintas disciplinas e tradições profissionais, o livro, organizado por Carlos R. S. Milani, Enara Echart Muñoz, Rubens de S. Duarte e Magno Klein, retoma conceitos e métodos desenvolvidos pelas equipes dos dois lados do Atlântico em torno dos processos contemporâneos de mundialização, aprofundando-os e aplicando-os à política externa brasileira.
Com troféu de bronze...
Dimensões e fronteiras do estado brasileiro no oitocentos.
Organizado por José Murilo de Carvalho e Lucia Maria Bastos P. Neves, é uma contribuição que instiga novos estudos sobre a construção do Estado brasileiro no século XIX. Em seus ensaios, os autores procuram configurar teias de relações entre o Estado em construção e as tensões sociais a partir de três fenômenos centrais: nação, cidadania e Estado. Os capítulos versam sobre temas como a escravidão, a cultura letrada e as instituições jurídicas, contribuindo para maior conhecimento da história oitocentista do país.
Outros destaques da EdUERJ na XI Feira do Livro das Editoras Universitárias foram A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática, de Darcilia Simões e Claudio Cezar Henriques; Escola de Frankfurt: inquietudes da razão e da emoção, organizado por Jorge Coelho; Homossexualidade e adolescência sob a ótica da saúde, de Stella R. Taquette; e Emancipação e diferença, de Ernesto Laclau.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
É com imensa satisfação que a EdUERJ lhes dá boas-vindas a mais uma cerimônia virtual de premiação de livros mais vendidos – desta vez, da XI Feira do Livro das Editoras Universitárias.
Com troféu de ouro...
Carl Einstein e a arte da África.
Lançamento da EdUERJ, o volume, organizado pela uruguaia Elena O'Neill e pelo brasileiro Roberto Conduru, reúne os escritos de Carl Einstein, inéditos no país, que inauguraram a abordagem estética dos estudos da arte africana, acompanhados das imagens que ilustraram os textos originalmente. Além disso, apresenta releituras do autor e de sua obra por parte de autores da América do Sul, da Europa e da África, desafiando estruturas e práticas determinadas pelo empreendimento colonial.
Com troféu de prata...
Atlas da política externa brasileira.
Fruto de um projeto do Laboratório de Análise Política Mundial (Labmundo – Iesp/Uerj), que promove intercâmbio científico entre Brasil e França, reunindo parceiros de distintas disciplinas e tradições profissionais, o livro, organizado por Carlos R. S. Milani, Enara Echart Muñoz, Rubens de S. Duarte e Magno Klein, retoma conceitos e métodos desenvolvidos pelas equipes dos dois lados do Atlântico em torno dos processos contemporâneos de mundialização, aprofundando-os e aplicando-os à política externa brasileira.
Com troféu de bronze...
Dimensões e fronteiras do estado brasileiro no oitocentos.
Organizado por José Murilo de Carvalho e Lucia Maria Bastos P. Neves, é uma contribuição que instiga novos estudos sobre a construção do Estado brasileiro no século XIX. Em seus ensaios, os autores procuram configurar teias de relações entre o Estado em construção e as tensões sociais a partir de três fenômenos centrais: nação, cidadania e Estado. Os capítulos versam sobre temas como a escravidão, a cultura letrada e as instituições jurídicas, contribuindo para maior conhecimento da história oitocentista do país.
Outros destaques da EdUERJ na XI Feira do Livro das Editoras Universitárias foram A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática, de Darcilia Simões e Claudio Cezar Henriques; Escola de Frankfurt: inquietudes da razão e da emoção, organizado por Jorge Coelho; Homossexualidade e adolescência sob a ótica da saúde, de Stella R. Taquette; e Emancipação e diferença, de Ernesto Laclau.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
A arte africana segundo Carl Einstein – textos inéditos no Brasil
Uma
obra que se revela polifônica, Carl Einstein e a arte da África, organizada
pela uruguaia Elena O’Neill e pelo brasileiro Roberto Conduru, reúne os
escritos de Einstein sobre a arte africana e os justapõem a textos de autores
da América do Sul, da Europa e da África para publicação inédita no Brasil –
desafiando, assim, o etnocentrismo ainda hegemônico e contribuindo com a
reversão de estruturas e práticas determinadas pelo empreendimento colonial.

Do
reconhecimento do estatuto artístico dos objetos africanos, por críticos de
arte e artistas ocidentais de grande nome, nasceu a necessidade de
transformá-los em estudos da arte. Daí, a importância da abordagem metodológica
capaz de dar conta dessa nova demanda. Carl
Einstein foi um dos primeiros estudiosos ocidentais a defender o estatuto
liberal da arte africana, ou seja, a teoria da “arte por arte”.
A
segunda parte do livro é constituída de textos que abordam o autor e a sua
obra, fazendo uma releitura de seus escritos. A contribuição de Roberto Conduru
destaca a natureza parcial da obra do crítico alemão e a boa recepção às suas
análises no Brasil, país que recebeu uma parte da população em foco. A de Elena
O’Neill identifica armadilhas na formulação de conceitos utilizados por
Einstein utilizados em diferentes contextos.
Enriquecido
também por textos de Liliane Meffre, José Gomes Pinto, Ezio Bassani, Jean-Louis
Paudratt e uma introdução primorosa de Kabengele Munanga, Carl Einstein e a arte da África
é uma edição comemorativa que
marca a vontade de recuperar os discursos sobre a essa produção artística e
afirmar a africanidade no Brasil.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Acordo Ortográfico será oficial a partir de 01 de janeiro de 2016
O emprego adequado do hífen, os
critérios para a acentuação gráfica, as regras especiais e as exceções são
algumas das muitas dúvidas que Claudio Cezar Henriques, professor, filólogo e
um dos mais destacados especialistas em Língua Portuguesa, esclarece para o
leitor da 6ª edição, revista e atualizada, do livro A nova ortografia: o que muda com o Acordo Ortográfico, em edição revista e atualizada.
A nova edição traz as disposições que passaram a reger a nossa ortografia em 2009, oferecendo aos leitores a oportunidade de reforçar as regras e apresentando novas fontes de consulta, como a plataforma VOC (Vocabulário Ortográfico Comum), reconhecida pelos estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cujas conclusões foram finalizadas em julho de 2014 em Díli, no Timor-Leste.
No livro, o autor traça de forma
didática a história da ortografia portuguesa, para apresentar os princípios que
regem o acordo de unificação e as bases da nova ortografia, facilitando o
entendimento de regras aplicadas. Em seguida, expõe as regras de acentuação
gráfica, dando ênfase às mudanças que ocorreram com a vigência do acordo, através de exemplificações e exercícios. Indispensável para os profissionais da língua e
para todos que desejam fazer uso correto da grafia.
A Nova Ortografia: o que muda com o
acordo ortográfico, 6ª Ed.
Autor: Claudio Cezar Henriques
ISBN: 978-85-7511-393-6
Nº de páginas: 208
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Leôncio Rodrigues fala das divisões políticas entre esquerda e direita no Brasil

A entrevista percorre duas fases
distintas da carreira acadêmica de Leôncio – na primeira, ele tem como objeto
as classes trabalhadoras e os sindicatos; na segunda, os partidos políticos e
as fontes sociais de recrutamento partidário – e sua intensa militância
política. O entrevistado aborda, ainda, as divisões políticas entre esquerda e
direita no Brasil, afastando-se dos estereótipos que, geralmente, permeiam
essas questões.
Sobre a chamada esquerda brasileira, da qual viriam mudanças
sociais em uma direção oposta ao capitalismo, a partir da eleição de um
presidente representante de um partido dito de esquerda (PT), Leôncio Rodrigues destaca que “Sindicalistas
ou ex-sindicalistas raramente são revolucionários, ao contrário de alguns
setores da classe média, como boa parte de intelectuais. O PT chegou ao poder
dentro do sistema capitalista e da democracia, obedecendo às regras do jogo
eleitoral.”
O livro é enriquecido por comentários de Rachel Meneguello,
professora titular do Departamento de Ciência Política da Unicamp, que analisa
a trajetória de Leôncio M. Rodrigues e enfatiza que seus trabalhos criaram
parâmetros e orientações imprescindíveis para pesquisadores do cenário político
brasileiro.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
Leôncio M. Rodrigues
Autores: Maria
Andréa Loyola
ISBN: 978-85-7511-380-6
Nº
de Páginas: 78
R$
25,00
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Noite de autógrafos de "Marca: do marketing ao balanço financeiro"
Noite de lançamento do livro "Marca: do marketing ao balanço financeiro", de Manoel Marcondes Neto e Mariza Freitas. O público prestigiou o evento, que ocorreu na quinta-feira à noite na Casa Dirce, em Botafogo. Além da tradicional sessão de autógrafos, houve um animado pocket-papo, entre os presentes e os autores. O tema, "Qual é o valor da sua marca?", foi valorizado pelas questões levantadas pelo público.


Evento realizado no dia 8 de outubro |
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Marcelo Jacques de Moraes em entrevista sobre Christian Prigent
Marcelo Jacques de Moraes, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do CNPq, apresenta uma trajetória acadêmica orientada para a literatura francesa. Reconhecido – com convites regulares para ministrar cursos sobre tradução literária na Universidade de Aix-Marseille e ganhador, duas vezes, da bolsa para tradutores estrangeiros do Centro Nacional do Livro, órgão ligado ao Ministério da Educação da França –, foi convidado a participar do colóquio, realizado no Centro Cultural Internacional de Cerisy-La-Salle em 2014, sobre Christian Prigent, autor sobre o qual escreveu ensaios publicados no Brasil e na França. Jacques de Moraes e Prigent estiveram juntos no lançamento, realizado durante o Colóquio Internacional Poesia e Interfaces, de Christian Prigent por Marcelo Jacques de Moraes, editado pela EdUERJ através da coleção Ciranda da Poesia.
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Marcelo Jacques de Moraes (à esq,) e Christian Prigent (à dir.) no Colóquio Internacional Poesia e Interfaces (2015). |
Como foi o processo de escrita do livro Christian Prigent por Marcelo Jacques de Moraes?
O primeiro livro que li de Prigent, no começo dos anos 2000, foi uma coletânea de ensaios intitulada Salut les anciens, salut les modernes, em que ele saudava, como aponta o título, tanto poetas já inseridos na tradição literária quanto poetas seus contemporâneos, de uma geração mais jovem do que ele, poetas nascidos nos anos 1960. A partir de então, comecei a trabalhar sistematicamente com ele em meus cursos de poesia francesa na universidade. Paralelamente aos textos de reflexão teórica e crítica, fui descobrindo sua obra poética, que, da mesma maneira, dialoga sempre, e ao mesmo tempo, com as mais diversas tradições e gêneros literários. No ensaio para a Ciranda, procurei reconstituir a trajetória do poeta, desde os anos 1960, espelhando esse diálogo constante em sua obra entre a produção propriamente literária e a reflexão teórica e crítica.
Na apresentação do livro, lemos “Em busca de uma língua, contra a língua, mas com a língua, eis uma fórmula que talvez sintetize com precisão o que seja o trabalho poético de – e para – Christian Prigent.”. Como essa perspectiva atravessa sua análise da obra de Prigent?
Prigent trabalha todo o tempo a partir da perspectiva de que nossa experiência do mundo é atravessada primordialmente pela língua, pelo corpo da língua. Como ele costuma dizer, “a língua nunca dorme” e, para fazer face aos “saberes de época”, aqueles que moldam nossa percepção das coisas, não há outra maneira a não ser trabalhar contra – mas sempre com – as línguas que nos cercam. Assim, sem sair do francês, Prigent deriva frequentemente, de maneira mais ou menos explícita, mais ou menos paródica, para línguas ou dialetos mortos, arcaicos ou minoritários (o latim clássico ou vulgar, o francês antigo, o galo, o bretão... ) ou contemporâneos (os diversos extratos da linguagem coloquial, o verlan das cités das grandes cidades francesas, os discursos estereotipados de classe, os jargões de linguagens técnicas, a língua das mensagens SMS...), mas não sem retorcê-los ou reinventá-los. Em minha apresentação, tento mostrar como esse trabalho vai se encarnando em vários tipos de matéria verbal, culminando não apenas em poemas em versos, de grande rigor plástico e formal , mas também em prosas – não menos sofisticadas formalmente – destinadas às suas performances vocais.
Em conformidade com a tradição da poesia francesa moderna, a obra de Prigent se inscreve na “tensão entre o literário e o político”. Como essa dimensão política aparece na poesia de Prigent? Quais os principais pontos de sua problematização da literatura e da língua materna?
![]() |
Marcelo Jacques de Moraes, no Colóquio Internacional Poesia e Interfaces (2015). |
A reflexão e o trabalho de Prigent sobre a língua são inevitavelmente políticos na medida em que se contrapõem desde os primeiros anos a toda a tradição francesa que se quer destinada à “razão clara” e ao “belo estilo” e que, assim, hierarquiza os extratos vivos da(s) língua(s) do presente e do passado. A literatura, nesse sentido, desperta a potência de transformação e de deformação da língua materna, e a consciência do poder que esta exerce sobre a experiência da realidade.
Fale-nos um pouco da escrita “crispante” ou “encrespada” de Prigent. Como o leitor pode entendê-la?
Trata-se, justamente, da encenação desse processo do despertar para a concretude da experiência do corpo, do mundo e da própria linguagem, despertar que nunca é pleno. Pois a experiência, enquanto tal, nunca pode ser totalmente objetivada na língua, ela nunca é totalmente compartilhável. A escrita de Prigent traz sempre a marca desse confronto, dessa dificuldade.
Prigent pensa o movimento vanguardista como a recusa da produção industrial de seu tempo e da modernidade que o precedera e se academicizara. Como esse ideal atravessa sua obra poética e sua atuação na revista TXT, fundada por ele em 1969?
A perspectiva da vanguarda – e da produção de uma revista – está sempre ligada de alguma forma ao sentido comunitarista, de partilha de uma experiência da linguagem e do mundo. A experiência da TXT foi perpassada por essa dimensão paradoxal que atravessa grande parte dos movimentos de vanguarda, e que o próprio Prigent define assim, referindo-se à revista: “Trata-se de fazer comunidade daquilo que resiste com todas as forças ao assentimento comunitário: cada um afirmando, pela crueza de um estilo, uma radical singularidade”.
Qual seu poema favorito de Prigent e por quê?
Gosto de muitas coisas, e sua obra tem tantas nuances e variações formais e temáticas que é complicado escolher um só texto... Mas cito aqui um pequeno trecho do começo de “Uma frase para minha mãe”, de 1996, texto em que Prigent mobiliza blocos de sensações afetivas e corporais a serviço da invenção linguística – e vice-versa:
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Marcelo Jacques de Moraes (à esq.) e Christian Prigent (à dir.), em praias cariocas (2015). |
"[...] embolo minha pelezinha de galinha nesse
começo quase absoluto questão dissoluto, minha
mãe, eu me lembro, foi como uma ratoeira de
matéria erotífera, quando digo minha mãe tenho
começo quase absoluto questão dissoluto, minha
mãe, eu me lembro, foi como uma ratoeira de
matéria erotífera, quando digo minha mãe tenho
nos dentes palavras doces e mordentes, contudo
não que ela o fosse, ela, na verdade, que ela
fosse doce de morder ou que tivesse dentes
amargos e ávidos prontos para ferir o coração
que crescia em cancro na minha carne, minha
mãe é mais o nome de mim quando não sei,
enfim, é frequente, minha mãe, de mim o que
fazer, minha mãe, não digo aquela que de fato me meteu no mundo de fato, também não falo das ameixas e da manteiga do nada que me enche a cabeça quando dormindo faço meu comércio próspero com minhas parceiras d’imagimãe, quando digo minha mãe, falo de tudo que faz que se habite a carne aqui embaixo na terra como as outras carnes, mas com palavras, é isso que lhe dá, à carne, nervo, minha mãe é a bola que tenho na boca e mesmo quando me assoo, não sai fácil, minha mãe é a carcaça em fio de ferro que me faz ficar de pé sobre a terra [...]"
fosse doce de morder ou que tivesse dentes
amargos e ávidos prontos para ferir o coração
que crescia em cancro na minha carne, minha
mãe é mais o nome de mim quando não sei,
enfim, é frequente, minha mãe, de mim o que
fazer, minha mãe, não digo aquela que de fato me meteu no mundo de fato, também não falo das ameixas e da manteiga do nada que me enche a cabeça quando dormindo faço meu comércio próspero com minhas parceiras d’imagimãe, quando digo minha mãe, falo de tudo que faz que se habite a carne aqui embaixo na terra como as outras carnes, mas com palavras, é isso que lhe dá, à carne, nervo, minha mãe é a bola que tenho na boca e mesmo quando me assoo, não sai fácil, minha mãe é a carcaça em fio de ferro que me faz ficar de pé sobre a terra [...]"
Entrevista concedida a Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e estagiária da EdUERJ.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Entrevista com os autores de "Marca: do marketing ao balanço financeiro"
Os professores Marcondes Neto e Mariza Freitas estão
lançando, pela EdUERJ, o livro "Marca: do marketing ao balanço
financeiro", na quinta-feira, 8 de outubro, na Casa Dirce Cortes Riedel.
Eles conversaram com o Blog da EdUERJ sobre questões levantadas pelo livro.
Como foi o processo que levou à criação de "Marca: do
marketing ao balanço financeiro"?
Marcondes Neto: Após o processo de preparo da dissertação, e
diante da riqueza do material obtido, decidimos juntos que o tema poderia
render mais, unindo a visão contábil-financeira (original da área em que foi
desenvolvida a dissertação, no Mestrado em Ciências Contábeis da FAF/UERJ) à de
marketing (onde se desenvolveu a disciplina branding - de gestão de
marcas). E não criou-se só um livro, mas um projeto de pesquisa com blog na internet (que realmente foi criado:http://brand-forum.blogspot.com.br/)
- que já-já será transformado em website.
Mariza Freitas: Durante o desenvolvimento da dissertação,
identificamos certa carência de publicações brasileiras sobre o assunto, e como
também havia o ineditismo do case de rebranding da Arthur Andersen,
imaginamos que seria uma boa oportunidade de contribuir para os estudos na
área.
Para que público este livro é indicado?
Marcondes Neto: Estudiosos do tema branding.
Para além de estudantes, profissionais, professores e pesquisadores das marcas
comerciais na Contabilidade e no Marketing, também pessoas na Administração, na
Comunicação, no Design, na Economia e nas Finanças.
Mariza Freitas: É um livro multidisciplinar.
Qual a maior dificuldade para mensurar o valor de uma
marca?
Mariza Freitas: Primeiramente, cabe dizer que a mensuração
de valor de uma marca, em linhas gerais, pode ser: (1) qualitativa, em que se
avaliam, por exemplo, as medidas de lealdade à marca, qualidade percebida,
associações, conhecimento e comportamento de mercado. A isso denominamos brand
equity; e (2) quantitativa, em que se atribui um valor monetário à
marca, seja para uma avaliação técnica (foco financeiro baseado em um modelo
estático) ou gerencial (foco estratégico baseado em um modelo dinâmico). A isso
denominamos brand value.
Em segundo lugar, que essa valoração monetária da marca pode
ser feita com diversos propósitos, tais como: venda do ativo, licenciamento de
uso, planejamento orçamentário, decisão de investimentos, entre outros.
Seja qual for a perspectiva, qualitativa ou quantitativa, a
maior dificuldade para essa mensuração está na subjetividade intrínseca das
variáveis que serão utilizadas, e na indefinição de um conjunto ótimo de
variáveis e da sua ponderação dentro do modelo. Outro fator a ser considerado é
a diversidade de metodologias existentes, haja vista que ainda não temos
definido pela literatura qual método melhor se aplica a cada propósito.
O Brasil está passando por uma modificação para se
adaptar aos "International Finance Reporting Standards". Qual é a
principal diferença em relação às normas adotadas anteriormente?
Mariza Freitas: Diferentemente do tradicional sistema
contábil brasileiro, baseado em regras bem definidas (rules-based) e fortemente
influenciado pelo ambiente fiscal, as normas internacionais fundamentam-se em
princípios conceituais (principles-based) e apresentam ênfase na substância
econômica das operações e no exercício de julgamento dos profissionais da área
contábil. Sob esta nova perspectiva, mais subjetiva e discricionária, essas
normas privilegiam a essência sobre a forma a fim de que as informações
contábeis representem adequadamente os fatos e a real posição financeira da
entidade, e forneçam uma visão justa e verdadeira (true and fair view) da
organização.

Marcondes Neto: Não. Branding, hoje, como disciplina de
negócios, praticamente substituiu o Marketing. Fica impossível, atualmente,
começar um negócio sem marca, ou começar com o conceito errado de marca.
Corrigir depois é um desastre. Marca tem que ser pensada no início, assim como
se pensa em sede, fontes de financiamento e de suprimento, gestão de pessoas.
Mariza Freitas: No que entendemos como o conceito de mercado
no mundo atual, não. As organizações precisam do branding para se
consolidar. Isso, porém, nem sempre é verdade em outros tipos de mercado.
Em mercados não competitivos, monopolistas ou comoditizados,
a marca é apenas um símbolo nominativo e identificador da origem do bem,
apresentando um valor econômico muito baixo, haja vista que o mais importante
para o consumidor é o desempenho do produto em relação à sua funcionalidade,
seu preço e sua utilidade. Nesse ambiente, as empresas não costumam investir
muito na consolidação da sua marca, pois o foco estratégico, em geral, é o
quantitativo de produção, objetivando atingir o maior nível possível de
economia de escala para minimização de custos.
Já em mercados competitivos, torna-se necessária a
incorporação de uma nova competência: o marketing de produtos e
serviços, representando a capacidade de convencer os consumidores a comprar a
sua marca e não a da concorrência.
Os mercados globalizados, mais amadurecidos e com
consumidores altamente exigentes e altamente competitivos, obrigam as empresas
a, primeiramente, conhecer o seu público alvo em profundidade e, em seguida, a
estabelecer um relacionamento duradouro com esse público. Para isso, a empresa
precisa criar um canal de comunicação consistente e eficaz que represente não
apenas o seu produto, mas também a sua cultura, seus valores e propósitos E
esse canal é a marca. Aqui, ela se torna a interface, o elemento de união da
empresa com a sociedade, ganhando status de ativo estratégico de suma
importância para a sustentabilidade da organização e, portanto, demandando todo
um “trabalho especial” de gestão da marca.
Um dos atrativos do livro está nas entrevistas que vêm
como apêndice. Gostaria que os autores falassem um pouco sobre esse material.
Mariza Freitas: Esse material é a transcrição das respostas
ao questionário da pesquisa e consiste, basicamente, nas opiniões de acadêmicos
e profissionais de diversas áreas (representando a multidisciplinaridade do
estudo) sobre a importância das marcas para organizações hoje e no futuro; as
restrições normativas à contabilização das marcas, suas causas e seus impactos;
as metodologias de avaliação das marcas; e os aspectos gerais do ambiente
contábil para a contabilização das marcas como ativo intangível das empresas.
O livro traz o caso de rebranding de
Andersen Consulting para Accenture. Como surgiu ideia da inclusão desse
capítulo e sua importância no contexto do livro.
Marcondes Neto: Foi uma oportunidade única de apresentar o
caso ao Brasil. A Accenture tem escritórios no Rio e em São Paulo, lidera o
segmento de consultoria de gestão empresarial e tecnologia da informação, mas o rebranding ainda não havia sido contado, apesar da operação brasileira
ter sido uma das mais bem sucedidas em todo o mundo na operação da migração da
marca Andersen Consulting para Accenture. A construção de uma marca; todo o
processo de pesquisa que o antecede e todo o trabalho envolvido em difundi-la
globalmente está lá, narrado por quem o viu de perto.
Hoje, algumas empresas produzem uma divulgação
institucional que às vezes recai no "politicamente correto", como se
sentissem obrigadas a se associar a questões como a proteção ao meio ambiente,
ao combate à miséria ou na luta contra doenças. Até mesmo as multinacionais do
cigarro investem em pesquisas que demonstrem os benefícios da indústria do
fumo. Por outro lado, é muito comum a desconfiança do consumidor em relação a
essas ações, descrédito que aumenta quando os serviços prestados pelas empresas
ignoram os direitos/anseios básicos do consumidor. O resultado disso é uma
distância entre como um cliente vê uma determinada marca e a imagem que ela
pretende transmitir. Esse é um fenômeno mundial ou acontece mais em países
pouco desenvolvidos, onde há falta de transparência e os direitos de consumidor
são ignorados?
Marcondes Neto: O fenômeno do "politicamente
correto" é global. Assim como as marcas. E, sim, nos países menos
desenvolvidos há menos compromisso entre as promessas e as "entregas"
feita pelas empresas. O caminho para encurtar a distância entre o que se diz e
o que se faz é mais educação da população para a sedução da mídia e para o
chamamento do consumo. Consumidores-cidadãos são mais exigentes. E as marcas de
produtos e de empresas - que também querem ter cidadania empresarial pela
conduta ética e responsabilidade socioambiental - precisam ser resultado de
evolução de práticas empresarias mais justas, menos poluentes e mais
transparentes. E não mera propaganda ... do tipo enganosa.
Mariza Freitas: Em geral, em países mais desenvolvidos, a
sociedade é mais culta e exigente e, por isso, menos tolerante a dissonâncias
entre a imagem projetada e a prática das organizações. Nesse caso, as empresas
não apenas precisam mostrar uma imagem, mas, de fato, provar que suas ações são
compatíveis com aquilo que comunicam a seus stakeholders. Isto é, que há
coerência e alinhamento entre seu discurso e sua prática, ou melhor, entre o
que marca comunica, o que a empresa entrega e o que o consumidor percebe.
Já nos países menos desenvolvidos, onde os mercados por
vezes margeiam o monopólio e a "comoditização", esse alinhamento costuma ser
menos frequente. O problema é que isso, infelizmente, nem sempre representa
prejuízo econômico para as empresas que operam nesses mercados.
Qual a maior qualidade do livro "Marca: do
marketing ao balanço financeiro"?
Marcondes Neto: É seu aspecto pioneiro, discutindo um tema
que é desafio em todo o mundo, ao mesmo tempo, hoje: como aproximar valor de
mercado (aquele percebido) do valor que efetivamente a empresa pode lançar em
seu balanço financeiro. Como se sabe, a Contabilidade deve ser o retrato fiel -
em números - das operações de um dado negócio. Quando o discurso sobre
"valor" alcança cifras gigantescas, é preciso ligar a luz amarela nas
decisões financeiras em operações de fusões e aquisições de empresas, por
exemplo. Neste assunto, vale a desconfiança popular sobre se uma mercadoria
"vale mesmo o tanto quanto pesa"... ou alardeia que pesa.
Mariza Freitas: A sua multidisciplinaridade. Oferecer uma
reflexão simplificada e abrangente sob diversos aspectos de um tema atual e
controverso.
Por fim, o Blog da EdUERJ deseja sucesso ao lançamento do
título!
Marcondes Neto:
Somos gratíssimos pelo endosso que a EdUERJ dá a mais este trabalho produzido nas entranhas da Universidade.
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