segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Poesia em debate na Fundação Casa de Rui Barbosa


Segue a programação de um interessante seminário sobre poesia. Vale ressaltar a participação de diversos autores que integram a Coleção Ciranda da Poesia, aqui da EdUERJ.  Um dos destaques inclusive é a presença de Natalie Quintane, poeta francesa que foi resenhada por Paula Glenadel em um dos títulos da Ciranda, ambas vão estar presentes. No dia 27, à tarde, o debate Práticas Artisticas e Práxis Social conta com a presença do editor executivo da EdUERJ, prof. Italo Moriconi, como mediador. A programação é bem variada, é até difícil destacar um ponto específico.




Seminário Poesia & Ação


26, 27 e 28 de novembro de 2014.

Sala de Cursos da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Centro de Pesquisa FCRB/Institut Français/ Consulado-Geral da França no Rio de Janeiro/OCA-Lage/Festival Multiplicidade.


A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), em parceria com o Consulado-Geral da França no Rio de Janeiro, com o Institut Français e com a Oca-Lage e o Festival Multiplicidade, realizará, de 26 a 28 de novembro, em sua sala de cursos, o seminário “Poesia e Ação”. O evento, com entrada franca, tem como foco o grupo Questions Théoriques.  Coordenado por Carlito Azevedo, Flora Süssekind e Marion Naccache, o encontro se debruçará sobre o trabalho desse que é um dos grupos de escritores e intelectuais de atuação mais relevante na França nos últimos anos e reunirá, pela primeira vez no Brasil, os poetas e estudiosos Franck Leibovici (poeta, artista), Christophe Hanna (poeta, editor, pesquisador), Olivier Quintyn (poeta, editor, pesquisador), Anne-Laure Blusseau (editora), Stephane Berard (poeta, artista), Nathalie Quintane (poeta), Marc Audi (pesquisador) e David Burty (pesquisador).

Tomando por base a (auto) conceituação do grupo enquanto “agência informal de amigos oriundos de diversas disciplinas” (filosofia política, estética, sociologia, critica literária) atuando no sentido de “pensar e agir de maneira a transformar os mecanismos cognitivos habituais (interpretação, compreensão), os processos críticos de subjetivação, a maneira pela qual se podem conceber formas de emancipação”, o seminário vai procurar focalizar não apenas a produção poética do grupo, mas, também, a sua maneira de operar com diversos suportes e formas de difusão cultural, as suas práticas editoriais, o modo como se confrontam, no trabalho de todos eles, campos diversos de conhecimento e modos artísticos distintos.

A cada dia, orientarão as discussões tópicos distintos: “O que se entende por poesia quando se fala de poesia”, a relação entre “práxis social e práticas artísticas” e formas de atuação e estratégias editoriais no contexto contemporâneo. 



26 de novembro :


- De que falamos quando falamos de poesia ?


Manhã:

9h30 : Abertura

10h : Apresentação geral do seminário : Guillaume Pierre, Flora Süssekind, Carlito Azevedo, Marion Naccache.

10h15 : « Socioescrituras » - Conferência de Christophe Hanna.

11h15 : "Poesia e Ação : por uma poesia intervencionista » - Conferência de Olivier Quintyn.



Tarde: Respostas à questão « De que falamos quando falamos de poesia ? ».

14hs - Mesa 1 :

Marilia Garcia, Franklin Dassie, Milton Machado, Eduardo Sterzi e Nathalie Quintane.


15h30 – Mesa 2 :

Ernesto Neto, Paula Glenadel, Carlito Azevedo et Franck Leibovici.



27 de novembro:


- A questão da ação



Manhã :


9h30 : Apresentação geral dos trabalhos do dia.

10h00 : « Notícias da Aura » -  conferência de Jean-Pierre Cometti.

11h00 : « As praticas de escritura que não dizem seu nome» - conferência de Franck Leibovici.


Tarde :


14hs: Práticas Artisticas e Práxis Social

Luiz Camillo Osório (Artes Visuais), Bárbara Szaniecki (Estética das ruas), Luiz Eduardo Soares (Estética e Política), Marc Audi (Sobre Joan Brossa), Marion Naccache (Sobre Bernard Heidsieck).

Mediação : Italo Moriconi.


 16hs: Arte como Experiência

- Veronica Stigger (Delirio de Damasco), Joana Cesar (« Pintura de Rua »), Fernando Codeço (« Vênus nos Espelhos »), Rafael Borges do Amaral (« A música e a invasão de Pinheirinho ») Stéphane Berard (« Relato de algumas experiências »).


28 de novembro:


-Estratégias Editoriais


10hs às 12h30: Sobre o « Questions Théoriques ».


- Olivier Quintyn, Christophe Hanna, Anne-Laure Blusseau, Franck Leibovici, Jean-Pierre Cometti, Stéphane Bérard, David Burty (via skype).


Tarde:


14hs: Independentes e Artesanais


- Manoel Ricardo dos Santos (Sobre a Noa-Noa e outras experiências editoriais independentes), Jorge Viveiros e Isadora Travassos (7 letras), Ana Dantes, Marcelo Reis de Mello (Cozinha Experimental), Luiza Leite e Tatiana Podlubny (Fada Inflada).

Mediação : Célia Pedrosa.


16hs: Performances e leituras dos participantes.


Noite: « mini-ópera para não músicos », de franck leibovici.

21hs no Parque Lage (OCA), Festival Multiplicidade.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

EdUERJ, o Jabuti e a nanotecnologia

Na terça-feira 18 de novembro, a Editora da Uerj foi agraciada pela primeira vez com o Prêmio Jabuti. Nosso livro  “Ciência do futuro e futuro da ciência: redes e políticas de nanotecnologia no Brasil”, de Jorge Luiz dos Santos Júnior, conquistou o 3 º lugar na categoria Ciências Exatas, Tecnologia e Informática. Neste caso, de acordo com o regulamento atual, o autor e a editora responsável pelos livros têm direito a receber um Jabuti. 

Representando a Editora, Mauro Siqueira, assistente de produção, recebeu a estatueta no Auditório Ibirapuera. As fotos desta postagem foram tiradas por ele.
Na terça-feira 18 de novembro, a Editora da Uerj foi agraciada pela primeira vez com o Prêmio Jabuti. Nosso livro  “Ciência do futuro e futuro da ciência: redes e políticas de nanotecnologia no Brasil”, de Jorge Luiz dos Santos Júnior, conquistou o 3 º lugar na categoria Ciências Exatas, Tecnologia e Informática. Neste caso, de acordo com o regulamento atual, o autor e a editora responsável pelos livros têm direito a receber um Jabuti.

Representando a Editora, Mauro Siqueira, assistente de produção, recebeu a estatueta no Auditório Ibirapuera. As fotos desta postagem foram tiradas por ele.
 Aqui no Blog, há uma entrevista com o autor

Jorge Luiz dos Santos. Acho que é uma boa

pedida para que fique mais clara a importância

do seu livro. É um livro sobre ciência e política.

A nanotecnologia pode significar um progresso,

mas também pode ser também uma tecnologia

extremamente perigosa se mal utilizada.





Este é o almejado Prêmio Jabuti!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Biografias em debate na Uerj

   A questão das biografias não autorizadas tem sido uma discussão muito presente no ano de 2014. Com a tramitação no Senado da lei que regulamenta o gênero, novas polêmicas têm surgido em torno do assunto. Inserido nessa temática, dos dias 16 a 19 de novembro ocorre o VI Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica na UERJ (Campus Maracanã). Um dos destaques da programação cultural do congresso é o Café Biográfico, um espaço de conversa no qual pesquisadores e especialistas dialogam com biógrafos a fim de conectar a universidade com o público extra-acadêmico.

   O Café, que tem o professor Italo Moriconi como curador, será realizado apenas nos dias 18 e 19 no Teatro Odylo Costa Filho às 14h. No primeiro dia, a discussão tem como tema a relação de tensão entre o direito a biografar e o direito à privacidade de cidadãos comuns e celebridades. Paulo Cesar de Araújo, biógrafo de Roberto Carlos, debate com duas autoras de livros recém-lançados pela Editora da UERJ: Clarisse Fukelman, organizadora de Eu assino embaixo: biografia, memória e cultura, e Patricia Coralis, autora de A vida na voz: mídia, idolatria e consumo de biografias.

    No dia seguinte, 19, o editor-executivo da EdUERJ, Italo Moriconi, conversa com Jorge Ferreira, Angela de Castro Gomes e Cláudio Aguiar, autores de biografias de personagens do período marcado pela ditadura militar.



terça-feira, 11 de novembro de 2014

Entrevista com professor Gustavo Lins Ribeiro

Ph.D em antropologia pela City University of New York e professor do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília, Gustavo Lins Ribeiro já teve livros publicados em diversos países, como Brasil, Argentina, México, China, Inglaterra e outros. Autor de “Outras globalizações: cosmopolíticas pós-imperialistas”, recém-lançado pela EdUERJ, Gustavo Lins Ribeiro conversou com o nosso blog sobre os assuntos de seu novo livro.


Blog: O livro aborda processos e agentes políticos e econômicos alternativos à globalização vigente, em diversas frentes como a política, economia e cultura. Até que ponto esses processos conseguem se tornar relevantes diante da hegemonia tão contundente do capital transnacional?

Prof. Gustavo: O que eu chamo de globalização popular e de sistema mundial não-hegemônico movimenta, por baixo, muitas centenas de bilhões de dólares anualmente e é alvo de uma sofisticada repressão por parte dos establishments globais e nacionais. Além disso, o controle da propriedade intelectual está no coração da reprodução de atividades fundamentais do capitalismo eletrônico-informático, daí o papel subversivo da chamada pirataria. Já as outras globalizações políticas permitem a articulação de vários movimentos de indignados com a globalização hegemônica, mantendo viva a noção de que outro mundo é possível. No final, é também uma luta por outras utopias. Ambas formas, outras globalizações políticas e econômicas, implicam a criação de redes transnacionais que dão trabalho à hegemonia do capital transnacional o qual, sem elas, reinaria absoluto.


 Blog: Em um certo sentido, podemos compreender a cosmopolítica como uma visão ampla – em escala planetária - que se caracterizaria com uma atitude positiva diante da diferença, de integração e convivência. Mas até que ponto a cosmopolítica consegue perceber as culturas que fogem completamente aos ditames do mundo ocidental?

Prof. Gustavo: A minha noção de cosmopolítica é mais antropológica do que filosófica. Eu suponho que todos os povos do mundo sempre tiveram que fazer sentido de onde estão e, sobretudo, do porquê existem outros diferentes deles. Por isso, cosmopolítica não se restringe apenas aos discursos que o Ocidente (essa mega e problemática entidade) formulou sobre os outros. Mas é verdade que a noção de cosmopolítica se beneficia das ressonâncias positivas da ideologia ocidental do cosmopolitismo, pois implica a tentativa de construção de solidariedades com outros diferentes, reconhecendo uma humanidade comum. Porém, suponho que a cosmopolítica exista, enquanto necessidade de compreensão da alteridade radical, em todos os povos. Por isso, acabo encampando a diferenciação entre conhecimento antropológico e antropologia. Para mim, o desejo pelo conhecimento antropológico, ou pelo saber sobre a alteridade, é universal, já a antropologia não.  A antropologia é uma cosmopolítica ocidental.



Blog: Seria correto pensar que o processo hegemônico globalizante se beneficia do enfraquecimento de utopias como a socialista?

Prof. Gustavo: Acho que sim, apesar de que as proposições socialistas fazem parte do amplo espectro de sujeitos das outras globalizações políticas. O que acontece é que o “socialismo realmente existente” deixou exemplos históricos problemáticos, sendo dois dos maiores deles a sua dificuldade de lidar com a questão da liberdade e o seu centralismo exacerbado que facilmente descamba para o personalismo. O problema contemporâneo é de como articular forças transnacionais capazes de se oporem ao tremendo poder do capitalismo transnacional e seus aliados internamente aos Estados nacionais. Outro problema é a fragmentação das lutas políticas que se deve em boa medida ao fracasso das ideologias e utopias do século XIX de construção de grandes sujeitos transformadores como o proletariado, por exemplo. Hoje, o sucesso da política identitária implica avanços importantes, mas, no mais das vezes, localizados e comportamentais. Em geral, com as possíveis exceção das lutas de gênero contra o patriarcalismo e das lutas anti-racistas contra a supremacia branca, as políticas identitárias não atacam os pilares da produção e reprodução das macro estruturas de desigualdade. Nesse sentido, para usar um vocabulário do século XIX, não são revolucionárias. Mas acho também ser possível um aggiornamento das ideologias socialistas.

Blog: E, por último, professor, como você vê a utilização de tecnologias ou redes sociais, como o Facebook, por movimentos que se postulam como anti-establishment ?

Prof. Gustavo: É uma utilização contraditória, como seria de se esperar de todo uso de meio de comunicação controlado por grandes corporações, nesse caso transnacionais e oligopólicas, e pelo Estado. Por um lado, favorecem a mobilização de movimentos massivos como vimos na Primavera Árabe, em Occupy Wall Street ou nas Jornadas de Junho, no Brasil, em 2013. Por outro, são o mais perfeito instrumento de controle do Estado e das corporações pois além de nos localizarem perfeitamente no espaço, também nos escrutinam intensamente do ponto de vista político e comportamental. Hoje o muro do facebook de uma pessoa é uma espécie de atestado político-ideológico. Mas, como eu disse, é contraditório. Isso quer dizer que as tecnologias de comunicação, entre elas as redes sociais, têm que ser usadas sabendo que também podem ser uma faca de dois gumes. Não à toa o Assange e o Snowden são os principais fugitivos políticos do mundo e os fundadores do Pirate Bay são perseguidos. Há uma guerra pelo controle do ciberespaço cujo resultado terá enorme impacto para as formas de democracia e participação cidadã no futuro.

Blog: Professor, o blog da EdUERJ agradece pela entrevista! 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Editora da Uerj lança novo livro sobre globalizações alternativas

   No dia 13 de novembro, a nossa editora lança “Outras globalizações: cosmopolíticas pós-imperialistas”, do professor Gustavo Lins Ribeiro. O evento será realizado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Rua da Matriz 82, Botafogo, Rio de Janeiro) às 19h. Na ocasião, haverá uma mesa-redonda com o tema "A globalização como questão multidisciplinar: estado da arte". Além do autor do livro, Gustavo Lins Ribeiro, participam do debate os professores João Feres e Carlos Milani, ambos do IESP-Uerj, e José Sérgio Leite Lopes, do Museu Nacional.

   Os ensaios do livro analisam os processos políticos e econômicos alternativos que se desenvolveram em escala mundial como forma de resistência à globalização promovida pelo capital financeiro e pelas corporações transnacionais. Sob uma perspectiva antropológica, o autor observa fenômenos como as manifestações de rua, de viés antiglobalização, e os Fóruns Sociais Mundiais, como cenários onde se reivindica uma globalização alternativa.

Abaixo, o convite: