quinta-feira, 27 de março de 2014

A importância da pesquisa qualitativa em geografia


Dois verbos imprescindíveis para que se desenvolva o conhecimento: pesquisar e interpretar. Este lançamento de 2013 na área de geografia traz relatos que demonstram a importância de um bom planejamento.  

São 27 artigos assinados por professores de instituições universitárias diversas, cujos textos resultam de pesquisas acadêmicas desenvolvidas em programas de pós-graduação e de iniciação-científica. As atividades práticas foram realizadas especificamente nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Goiás e Tocantins. 


Didaticamente, a primeira parte é a que destrincha os conceitos gerais, a relevância, a metodologia e os erros comuns dos que se aventuram na área deste tipo de pesquisa. Nas demais, predominam as descrições de experiências práticas.

Os exemplos vão de Uberlândia à Goiânia, passando por outros cenários, levando o leitor a uma viagem exploratória por diferentes aspectos do Brasil. Com isso, cobre o amplo espectro de dúvidas que um estudante poderia ter sobre o tema, trazendo, em suas mais de 500 páginas, narrativas que se desdobram nos campos urbano e rural.

Podemos citar como exemplo das abordagens, o artigo de Xisto Serafim de Santana sobre o discurso do medo e sua influência sobre a geografização das práticas da violência. Ou a análise de Iara Soares e de Beatriz Ribeiro para as aglomerações urbanas no Brasil, tendo Montes Claros/MG como objeto de estudo. Há também um capítulo, assinado por Glaucio Marafon e Marcelo Antonio Sotratti, sobre a pesquisa qualitativa nos estudos do patrimônio cultural em espaços rurais.

Além de dissipar dúvidas acerca a pesquisa qualitativa, o livro pode ser um atrativo para que futuros pesquisadores, ajudando-os a definir ações práticas e conceituais que resultem em um conhecimento que possa ser validado pela comunidade científica.








quarta-feira, 26 de março de 2014

Pensando um pouco sobre saúde e liberdade

A saúde não diz respeito somente aos médicos. É assunto para sociólogos, antropólogos, estudantes de comunicação...O mundo é algo muito complexo mesmo. Por exemplo, a questão do fumo. Diariamente somos bombardeados pela indústria do cigarro, suas propagandas e métodos cada vez mais convincentes.

Por outro lado, mesmo que os impostos sejam uma fonte significativa de renda, existe uma força estatal no sentido de coibir o fumo, de destacar os males causados pelo cigarro. Considero uma proteção para as pessoas que não querem ficar fumando por tabela. Contudo, o perigo está no exagero quando o fumante passa a ser estigmatizado e o conceito negativo que temos sobre o cigarro se transfere para o usuário. E se torna preconceito.

Neste ponto estamos falando de saúde, mas também sobre liberdade. Até que ponto as leis podem dizer o que um indivíduo pode ou não fazer? Vale a pena diminuir a liberdade individual em nome de um suposto bem estar coletivo?

Foram algumas das abstrações que me ocorreram quando li "De volta à polícia médica: os (des)caminhos da vigilância antitabagista", artigo escrito por Luiz Antonio de Castro Santos, que faz parte de  Contrapontos - ensaios sobre saúde e sociedade, lançado em 2013 pela EdUERJ.

Este livro traz reflexões sobre a saúde em diversos recortes temporais da história do Brasil. Aborda temas como os aspectos sanitaristas da Primeira República, questões de saúde da Era Vargas, situações relacionadas aos tratamentos da Hanseníase e a tuberculose, entre outros. Em resumo, reflexões relativas à medicina e à qualidade de vida que remetem a momentos pretéritos ou atuais de nossa sociedade.

Entre os autores estão professores como Lina Faria, Alba Zaluar e o próprio Luiz Antonio de Castro, que também é o organizador.

quinta-feira, 20 de março de 2014

A loucura como camisa de força

Por conta das questões levantadas pelo livro “Crime e Loucura”, disponibilizado pela EdUERJ para download em seu site, lembrei de um filme que me causou muito impacto: “Vincere”, de Marco Bellocchio, de 2009.
O diretor é um ícone do cinema italiano: criou obras maravilhosas como “Bom dia, noite” e “O processo do desejo”, entre outros. “Vincere” é baseado na história real envolvendo o ditador Mussolini e sua primeira esposa Ida Dalser. Ao chegar ao poder, Mussolini renegou seu primeiro matrimônio e,mesmo não sendo solteiro, casou-se de novo. O drama é centrado na luta de Ida Dalser para provar que ela é a esposa legítima do poderoso Italiano.
A reação de Mussolini é aprisioná-la em um manicômio judiciário, alegando tratar-se de um esquizofrênica. E tão grave quanto: renegando Benito Albino, o filho de ambos. 
No manicômio, poucos acreditavam que Ida havia sido realmente a mulher do ditador.  Este casara-se novamente, mesmo diante da impossibilidade judicial (com a ajuda de documentos falsos e a conivência de corruptos).

É emocionante a batalha de Dalser para garantir seus direitos e também os do filho.Mesmo aprisionada, ela não desiste. É Impossível assistir e não torcer por ela.

O filme acaba remetendo ao uso ideológico que se faz do Manicômio Judiciário para calar uma pessoa cuja única loucura é querer provar a verdade. Ou querer ser diferente.

Voltando ao livro de Sérgio Carrara, que fala da aparecimento do Manicômio Judiciario no Brasil. Pode ser baixado neste link:  http://www.eduerj.uerj.br/download/crime_loucura.pdf

quarta-feira, 19 de março de 2014

Novo Livro para download

A EdUERJ disponibilizou para download o livro “Crime e Loucura – o aparecimento do manicômio judiciário na passagem do século”, de Sérgio Carrara, professor do Instituto de Medicina Social da Uerj e Coordenador-Brasil do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos.
A obra pode ser conferida no link http://www.eduerj.uerj.br/download/crime_loucura.pdf.
A proposta do livro é analisar os motivos da implementação, em território brasileiro, do manicômio judiciário, instituição de caráter ambíguo, entre o terapêutico e o punitivo. Com isso, reflete sobre a definição de louco-criminoso, sobre conceitos como normalidade, livre arbítrio, sanidade e responsabilidade, que dividiam especialistas nas áreas criminal, jurídica e psiquiátrica. Publicado originalmente em 1998, é fruto de uma tese de mestrado do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, baseando-se em uma pesquisa em livros, laudos e documentos do fim do século XIX e início do século XX.



Ao remeter à criação do Manicômio judiciário, o autor oferece qualidade a um debate que continua atual e que se inflama sempre que se fala sobre responsabilidade criminal ou de transtornos de personalidade como a psicopatia.


sexta-feira, 14 de março de 2014

O dia da poesia e a poesia de todos os dias

Hoje, 14 de março, comemora-se o Dia da Poesia. A data foi escolhida como forma de homenagear um dos seus maiores representantes: Castro Alves (nascido em 14 de março de 1847)

A EdUERJ carrega a poesia em suas veias: edita desde 2010 a Coleção Ciranda da Poesia, que mescla poemas e crítica literária em cada volume. A coleção foi concebida pelo editor executivo da EdUERJ, Italo Moriconi, e já conta com mais de 20 títulos. O conselho editorial é formado pelos professores Viviana Bosi, Marcos Siscar, Diana Klinger e Masé Lemos.

Com a publicação dos seus oito primeiro volumes em 2010, o professor Italo Moriconi foi finalista ao Prêmio Jabuti na categoria Teoria/Crítica Literária.
São livros em formato pequeno, fáceis de carregar. Quando você está com um deles nas mão,o difícil é não imaginar as pessoas levando os volumes da coleção para os saraus e debates de poesia contemporânea.

Uma das marcas registradas é o Layout. Cada edição estampa uma cor na capa, assim como versos em alto relevo. São dois autores/poetas em cada livro: um deles representado por uma seleção de poesias; e o outro autor é o responsável pela análise literária.
Em um "resumo poético" da proposta, diria que, em cada título,as trilhas abertas por um poema encontram a observação fértil de um poeta.

Recentemente a EdUEJ publicou "Francisco Alvim por Lu Menezes", além de Ricardo Aleixo por Carlos Augusto Lima", "Alberto Pucheu por Mariana Ianelli", "Anibal Cristobo por Manoel Ricardo de Lima" e "Ingeborg Bachmann por Vera Lins". Saíram em 2013.
Em 2014, haverá novidades!





segunda-feira, 10 de março de 2014

Sobre a série Cientistas Fluminenses

 Segue uma matéria que não é original aqui do Blog. É um texto  publicado no site www.rj.gov.br, no dia 10 de fevereiro.

 

 

Aumenta o número de instituições de ciência, tecnologia e cultura no Estado

 
 
 
Faperj lança o novo Mapa da Ciência, com acréscimo de 140 novos verbetes relacionados a entidades científicas. Lançamento inclui também o Dicionário da Política Republicana do Rio de Janeiro e a série Cientistas Fluminenses


Nos últimos dez anos, o Estado do Rio de Janeiro ganhou 140 novas instituições voltadas para a ciência, tecnologia e cultura, um acréscimo de 89% em relação ao último levantamento. A informação consta do Mapa da Ciência, publicação que será relançada no Palácio Guanabara no próximo dia 12, às 11h, agora em versão trilíngue – português, inglês e espanhol. A compilação foi feita pela primeira vez em 1999 e teve revisões lançadas em 2001 e 2004. A última apresentou 158 verbetes, enquanto a atual catalogou 298. O livro é produzido pelo Centro de Estatísticas do Rio de Janeiro (Ceperj), em parceria com a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa (Faperj), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Na ocasião, a Faperj lançará também o Dicionário da Política Republicana do Rio de Janeiro e a coletânea de biografias Cientistas Fluminenses.

Sobre as publicações

O Dicionário da Política Republicana do Rio de Janeiro visa colocar ao alcance da sociedade um painel informativo sobre a história política, econômica e cultural do Estado e da Cidade do Rio de Janeiro, a partir da proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, até 2009. Na obra, encontram-se as biografias de todas as personalidades que se destacaram no mundo político-administrativo local, como governadores (Rio de Janeiro e Guanabara) senadores (Rio de Janeiro e Guanabara), deputados federais e estaduais (Rio de Janeiro e Guanabara), prefeitos do Rio de Janeiro, Niterói e Campos, Arcebispos do Rio de Janeiro e personalidades que se destacaram no campo cultural e científico. O Dicionário é uma publicação apoiada pela Faperj, com 1.452 páginas, organizada e produzida por pesquisadores do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Cientistas Fluminenses é a primeira série de uma coletânea de biografias de cientistas fluminenses, focando, inicialmente, dez nomes: Anísio Teixeira, Carlos Chagas, Carlos Chagas Filho, Cesar Lattes, Edgar Roquete-Pinto, Johanna Döbereiner, José Leite Lopes, Nise da Silveira, Oswaldo Cruz e Vital Brazil. Foi organizado pela Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (EdUERJ), em parceria com o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), com o apoio da Faperj. O objetivo da coletânea é possibilitar a difusão e a popularização da ciência e da tecnologia junto à sociedade, em geral, atividade fundamental para despertar o interesse por essa área, sobretudo dos jovens.