quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Os curimbas do Rio de Janeiro

Segue abaixo uma matéria escrita pro Vilma Homero para o site da Faperj, publicada no inicio do ano passado. Vilma traz informações sobre o livro Samba e partido-alto - curimbas do Rio de Janeiro, de Denise Barata, publicado pela nossa EdUERJ.


Não é por acaso que o livro Samba e Partido-Alto - curimbas do Rio de Janeiro tem início com versos de Assis Valente. Ao abrir o livro com "Minha embaixada chegou,//Deixa meu povo passar,//Meu povo pede licença//Pra na batucada desacatar", a autora Denise Barata já dá algumas pistas sobre seu enfoque. Mais do que relatar uma história, ela procurou contextualizar praticas culturais cariocas, de origem africana, que mantêm uma característica marcante: a da oralidade.

A escolha do tema - samba e partido alto - nasceu de múltiplas inspirações. Espécie de desafio poético, em que os partideiros se enfrentam para ver quem versa melhor, quem improvisa melhor, o partido-alto continua bastante difundido pelos subúrbios e morros cariocas. "Sua estrutura de cantos de improviso em resposta a um estribilho mantém uma característica herdada dos cantos tradicionais africanos, ouvidos no Brasil desde o século XVI", explica a pesquisadora. Foi o que particularmente chamou a atenção de Denise. "Na história cultural do Rio de Janeiro, ele evoca a paisagem sonora africana, por muitos considerada sem lógica e sem arte, por nunca ter sido vista como música que tenha recebido influência européia e por isso continua sendo encarada de forma folclorizada, como algo sem qualidade", afirma Denise. E acrescenta: "Trata-se de um estudo sobre os cantos e as vozes do Rio de Janeiro, vozes que não se deixaram aprisionar. E também sobre o curimba, que tanto quer dizer cantar, cantar para os ancestrais, quanto a própria música. Enquanto em Salvadaor, a manuntenção das práticas africanas se deu pelas conversas com o orixás do candomblé, no Rio de Janeiro, as formasa analógicas fizeram essa ancestralidade se manifestar nos territórios sagrados do samba. Por isso, considero samba e partido-alto as curimbas do Rio de Janeiro".
Denise, a autora

Assunto de sua tese de doutorado na Pontifícia Universidade de Católica de São Paulo (PUC-SP), antes de ser publicado com recursos do programa de Auxílio à Editoração (APQ3), o tema suscitou várias indagações: como discutir o processo de criação musical, como e onde se aprendia a versar, e como, mesmo longe da indústria fonográfica, o partido-alto continua firme e forte nos quintais das comunidades cariocas?

No início, Denise confessa que entrevistou os partideiros. "Ficaram entrevistas muito formais. Então, resolvi adotar um outro olhar...Optei por realizar uma pesquisa-ação. Monarco é um contador de histórias, um livro vivo da Portela. Tantinho da Mangueira é outro. Todos eles mantém tanto a memória pessoal quanto a memória daquela comunidade, e transmitem suas tradições, cantando, tocando e dançando. Essa é a forma de oralidade africana, uma outra forma de manutenção de memória, que está no corpo, na voz, tanto quanto nas palavras."

Foi assim que Denise frequentou fundos de quintal e terreiros, teve longas conversas informais com os partideiros e também cantou, tocou - é clarinetista - e dançou em muitas festas. Nascida e criada em Bento Ribeiro, filha de mãe judia e pai negro, músico e pai de santo, a própria Denise é um exemplo do que fala:
"Na minha visão, essas culturas não se misturam, mas coexistem, formando uma identidade fluida, móvel."

Visão que segue na contramão de um conhecimento que persiste no Brasil quando o assunto é a diáspora africana. "Sempre pensei a música como conhecimento. Também queria discutir o conhecimento que se faz no Brasil sobre a diáspora africana, fundamentado num olhar hegemônico, ocidental, uma forma de pensar que acha conhece mais o outro do que ele próprio, que diz ao outro quem e o que ele é, a partir de um padrão europeu, excludente. Segundo esse olhar, samba e partido-alto "melhorariam" se incorporassem uma estética mais européia, "aperfeiçoando" aspectos da melodia, eliminando certos instrumentos de percussão e algumas vozes. Isto vale tanto para a estética quanto para a música. Queria explorar um outro tipo de conhecimento que se constrói no Brasil a partir da diáspora africana, Um conhecimento que não se dá por conceitos, mas por símbolos, pela experiência e a partir de um processo de iniciação".

Quando se pensa na indústria fonográfica é um outro problema. "Ao gravar, o partido-alto perde a vitalidade, já que sua marca é o improviso". Mesmo assim, alguns foram grandes sucessos no disco, como Vai Vadiar, de Monarco e Ratinho, na voz de Zeca Pagodinho, Timoneiro, de Paulinho da Viola; ou Quitandeiro, de Paulo da Portela e Monarco. "Tempos atrás, o produtor Milton Manhães reuniu cinco partideiros num estúdio - Candeia, Velha, Casquinha, Wilson Moreira, Anézio e João da Pecadora - e gravou o disco Partindo em cinco, tentando reproduzir em estúdio o clima de um roda de partido alto, que , na época, fez um enorme sucesso de público. A questão é que para os partideiros sobreviverem fazendo esse tipo de samba é sempre difícil..."

Para a pesquisadora, o trabalho permanece inconcluso. "Talvez porque não queira terminá-lo, em função do prazer que experimentei ao produzi-lo, É uma beleza que os ideólogos da construção de um projeto de identidade nacional na música popular rejeitam e tentam esquecer. Apesar disso, ainda hoje, os partideiros tentam fazer de seus gestos e de suas vozes negras e suburbanas a concretização de sua própria memória".

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ensaios sobre religião e cidadania

Cidadania, movimentos sociais e religião: abordagens contemporâneas, lançamento da EdUERJ, é uma coletânea de ensaios que enfoca as diversas facetas da religião em momentos singulares da história de uma país do terceiro mundo. Com organização de João Marcus Figueiredo Assis e Denise dos Santos Rodrigues, o livro remete a várias fases da história brasileira.

Alguns temas fazem alusão a situações bem atuais, como a abordada no ensaio "Favela e pacificação. Religião e Estado no ordenamento do espaço social", de João Marcus Figueiredo. Outro exemplo é "Ideologia político-religiosa x político-pragmática: o caso dos movimentos sociais no Brasil", de Nadir Lara Júnior, analisando a relação dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra com a questão da fé.

Destaca-se igualmente "A Igreja e a ditadura militar", do conceituado sociólogo Ivo Lesbaupin. O autor sustenta que a atuação da Igreja mostrou-se corajosa, embora a instituição não houvesse se posicionado dessa forma imediatamente após o golpe militar de 1964.

Um dos valores mais propagados pela religião é a caridade. O manuseio político de ações assistencialistas inspira "Indivíduo solidário e colaborador: notas sobre a construção do conceito de cidadania em tempos neoliberais", de Gisele dos Reis Cruz. Os programas Comunidade Solidária e Comunidade Ativa, implementados na década de 1990, são focos da crítica da ensaísta.

O livro também aponta para o preconceito contra a religião, como em "A secularização do Brasil na Primeira República e a criminalização do espiritismo", de Adriana Gomes.

Os capítulos citados são exemplos da abrangência desta publicação, que conta ainda com outros autores para discorrer sobre o tema.

Fruto de uma escolha pessoal, mas de cunho político, a fé não se restringe a uma questão de foro íntimo. Como instrumento de mudanças ou de sustentação do que está instituído, ela é a complexa personagem que enriquece este lançamento da EdUERJ, transformando-o em um estímulo ao debate.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Livro da EdUERJ concorre a prêmio da FNLIJ

O livro Leitura, pesquisa e ensino, da professora Márcia Cabral da Silva, concorre ao Prêmio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), inscrito na categoria dedicada a livros teóricos. A obra, baseada em pesquisa e bem fundamentada, analisa aspectos relacionados ao hábito e ao ensino da leitura, refletindo sobre a história da sociedade brasileira em distintos momentos.

Os capítulos, que podem ser lidos de maneira independente,
são os seguintes:

1 - Bibliotecas populares: memórias, modos de leitura e acervos

2 - Dom Quixote das crianças: sobre a mediação e aspectos histórico-culturais da leitura

3 - A leitura dos jovens em um curso de formação de professores

4 - Leitura e leitores em circulação no Nordeste brasileiro na passagem do século XIX ao XX

5 - Leitura e ensino em dois manuais escolares: Terceiro livro de leitura, do Barão de Macaúbas, e A arte de aprender a ler, Duarte Ventura

6 - Leitura e educação para meninas e moças: a orientação católica e literária de Alceu Amoroso de Lima (1930-1950)

7 - O texto como aliado do professor das séries iniciais do Ensino Fundamental

8 - Projetos de leitura: planejamento e implementação

9 - Literatura na formação da criança e do jovem

10 - Leitura na escola e na vida em sociedade



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Recordando 2013: Um livro sobre Santa Cruz

Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da coroa, organizado por Carlos Engemann e Marcia Amantino, lançado pela EdUERJ, consiste em um minucioso trabalho de pesquisa histórica. Ao reconstituir a trajetória da antiga Fazenda de Santa Cruz, que existia no atual bairro de mesmo nome, o livro destaca o legado dos jesuítas ao patrimônio histórico, cultural e urbanístico da cidade do Rio. A narrativa, ágil, pode interessar principalmente a estudiosos de história e geografia.

A Fazenda de Santa Cruz foi marcada pelas diferentes administrações, tendo sido, em sua existência, jesuítica, real e imperial. Cada fase corresponde a uma parte do livro. Na primeira, aborda a administração jesuítica; a segunda trata do cotidiano dos escravos que ali trabalhavam; e, por último, enfoca os administradores do período em que a fazenda esteve sob tutela governamental, lusa ou brasileira.

O processo de coleta de dados reuniu pesquisadores de instituições universitárias do Rio (UFRJ, UFF e Universo), assim como oriundos das federais de Minas Gerais e de Pernambuco (UFMG e UFPE) e da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul. A pesquisa baseou-se em documentação referente aos autos de inventários e sequestros da Fazenda em diferentes anos, entre 1759 e 1801.

Alguns dados históricos podem até remeter o leitor a casos atuais, demonstrando que determinados problemas da sociedade encontram raízes em outros tempos. Por exemplo, há um tópico que trata da corrupção no matadouro da Fazenda nos anos 1800. A narrativa conta, no capítulo dedicado à administração imperial: “A falta de anotações em livros-caixa era apenas uma forma de não ter de prestar contas à Câmara e esconder as fraudes, prática também verificada no matadouro de São Cristóvão”.

Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da coroa conta uma história que tem políticos, jesuítas, índios, escravos, comerciantes e trabalhadores como personagens. E um cenário em um dos mais representativos bairros do município do Rio de Janeiro.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Os caminhos da educação franco-brasileira

Lançamento da EdUERJ, Caminhos da educação franco-brasileira: memórias e identidades, organizado por Ana Luiza Grillo Balassiano e Lia Faria, traz à tona os resultados de estudos apresentados durante o Seminário Franco-Brasileiro de Aprendizagem do Francês, Identidades Plurilíngues e Interculturalidade. O evento, realizado como atividade integrante do Ano da França no Brasil (em 2009), contou com pesquisadores da Uerj e de outras universidades brasileiras, além de representantes do Centro de Pesquisa Interuniversitário Experice, da Universidade de Paris.

A coletânea contempla os seguintes eixos temáticos: as escolas republicanas e seus professores, as experiências dos liceus e as pesquisas autobiográficas na França e no Brasil. Com textos de pesquisadores brasileiros e franceses, leva a uma investigação dos modelos pedagógicos do passado e do presente, constituindo-se uma experiência de intercâmbio cultural. Entre os aspectos abordados, estão as representações femininas na escola republicana, a antiga prática da viagem pedagógica, a pesquisa biográfica no campo da escola e da aprendizagem, entre outros.

Além das áreas da educação e da pedagogia, os ensaios também apresentam ingredientes de história, sociologia, geografia cultural. Em comum, os textos trazem aspectos que aproximam (ou contrapõem) o Brasil e a França, principalmente nas questões relacionadas à língua, à cultura e ao ensino. Com isso, o lançamento da EdUERJ pode ser uma indicação para estudiosos das ciências da educação e também aos interessados em pesquisar sobre as relações franco-brasileiras.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Lembrando 2013: A ciência do futuro e o futuro da ciência

A Ciência do futuro e futuro da ciência, de Jorge Luiz dos Santos Junior, lançamento da Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(EdUERJ), trata de uma área tão em voga quanto controversa: a nanociência. É um campo de estudos que lida com partículas de tamanho tão reduzido que podem atravessar tecidos como o do corpo humano. Esta tecnologia pode trazer muitos benefícios para a medicina, a informática, o meio ambiente e tantas outras áreas, contudo também se faz acompanhar de riscos, o que implica uma discussão acerca de seu uso, de seus limites éticos, e uma regulamentação especifica.

Algumas questões nortearam o autor. Como tem evoluído a parceria entre a comunidade cientifica e empresas? Quem são os atores sociais que fazem parte das decisões e participam dos comitês que selecionam os projetos aptos a serem financiados? Quais os resultados da política cientifica e brasileira para o desenvolvimento social e ambiental, assim como para a prevenção de riscos?

Ao buscar estas respostas, o pesquisador se propõe a compreender a teia de relações estabelecidas entre programas governamentais, grupos de pesquisa, movimentos sociais e empresas. Para isto, vários procedimentos foram utilizados em sua pesquisa. Por exemplo, foram mapeados e analisados não só os editais de pesquisa de nanociência e nanotecnologia lançados pelo CNPq no período de 2000 a 2010, como também os projetos selecionados.


A ciência do futuro e o futuro da ciência revela lacunas das políticas públicas e uma comunidade de pesquisa da área, que se mostra de caráter pouco multidisciplinar, assim como excessivamente reticente em consideração aos riscos sociais e ambientais.  Com isto, Jorge Luiz dos Santos desenha um quadro político que conta com a participação dos atores sociais externos às redes de pesquisa, e que necessita de um controle dos retornos sociais dos investimentos públicos nestas atividades.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

EdUERJ participa de Feira de Editoras Universitárias

A Editora da Uerj é uma das expositoras da décima Feira do Livro Universitário da UFF, que será realizada de 18 a 21 de março de 2014, das 10h às 19h.

O evento será no campus Gragoatá, Bloco D, em Niterói. Além da EdUERJ, participam outras editoras afiliadas à Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU).


Na ocasião, todo livro será oferecido com 50% de desconto.

Certamente, uma boa opção. A dica é procurar o site da ABEU e ver que editoras são afiliadas. Há muita vida inteligente pulsando fora do lugar comum das grandes editoras.

Entre os lançamentos oferecidos pela EdUERJ durante o evento estão os que saíram em 2014, tais como Caminhos da Educação Franco-Brasileira (Orgs: Lia Faria e Ana Luiza Grillo), Estudos sobre interação (Orgs e tradução de Maria Claudia Coelho)
Currículo, Políticas e ação docente (orgs de Maria de Lourdes Rangel e Maria Manuela Alves Garcia), entre outros.

Os lançamentos estão em www.eduerj.uerj.br.

Já, se você quiser saber sobre que editoras estão participando da ABEU e podem participar da Feira, o caminho é por  aqui:


www.abeu.org.br.





 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Estudos sobre interação traz ensaios seminais da sociologia

Relacionamentos humanos permeiam a sociedade e merecem um olhar acurado da psicologia, da psicanálise, assim como de estudiosos de comunicação. Contudo, esse campo não é menos caro às ciências sociais, que se propõem a compreender os mecanismos que regem as interações entre seres humanos no cerne dos diferentes grupos da sociedade. Textos de referência nessa área agora podem ser conferidos no lançamento da EdUERJ, Estudos sobre interação: textos escolhidos, com organização e tradução de Maria Claudia Coelho.

Estudos sobre interação apresenta sete ensaios, com autores clássicos, como Herbert Blumer, Georg Simmel, Everett C. Hughes e Erving Goffman. A eles, somam-se teóricos contemporâneos, como Arlie Russell Hochschild e Jack Katz. Finalizando, um ensaio de Anthony Giddens sobre a obra de Goffman.

São artigos como "A sociedade como interação simbólica", de Herbert Blumer, que tem um papel-chave dentro da antologia, pois permite que se percebam, sob uma ótica mais lúcida, o papel e a proposta do interacionismo dentro do campo da sociologia.

Blumer dedicou-se ao interacionismo
Para exemplificar, enquanto áreas como a psicologia e a psicanálise procuram interpretar as motivações de um indivíduo, o olhar proposto pelo interacionismo é outro. Para Blumer, o enfoque reside em como os indivíduos constroem a ação individual ou coletiva, o que ocorreria por intermédio de uma interpretação das situações com as quais se deparam.

Outro aspecto vital ao interacionismo destacado por Blumer é que o ser humano está sempre enviando mensagens e diretrizes para si mesmo, exercendo uma "autoindicação". E, ainda que isolada, uma pessoa pode interagir com outra. Nesse caso, um exemplo seria o de alguém se embelezando para um encontro. "As pessoas não agem em relação à cultura, à estrutura social, ou coisas semelhantes, elas agem em relação a situações", frisa Blumer. "O individuo observa as coisas, avalia-as, dá-lhes significado e decide agir com base nesse significado", explica no ensaio.

Simmel: pioneiro da sociologia
Outro artigo importante da seleção criteriosa de Maria Claudia Coelho é "A tríade", de Georg Simmel, abordando, em uma interação, "o significado sociológico do terceiro elemento". Vale citar igualmente "As boas pessoas e o trabalho sujo", de Everett C. Hughes, que, ao mirar o holocausto provocado pelos nazistas, faz a seguinte indagação: como esses milhões de pessoas comuns (referindo-se aos civis alemães) puderam viver em meio a tanta crueldade e tantos assassinatos sem que houvesse um levante geral contra isso e contra as pessoas responsáveis? Essa questão não pretende demonizar os alemães, mas propor uma reflexão sobre a participação de cada um de nós em meio a situações-limite.

Em Estudos sobre interação: textos escolhidos, encontra-se uma sociologia interacionista que oferece argumentos para debater tópicos como as dinâmicas de formação de grupos, os estudos das emoções e as tessituras que formam as dimensões subjetiva ou privada da vida individual. O resultado conduz o leitor a uma empreitada pela cercania da sociologia. Assim, a obra torna-se indicada, sobretudo, aos interessados em compreender os fenômenos sociais.